Expo em São Paulo traz obras do escultor alagoano
Ele nasceu João Francisco da Silva, mas ficou conhecido por João da Lagoa, pois passou grande parte de sua vida na zona rural do município de Lagoa da Canoa, em Alagoas. Filho de agricultores, seguiu o ofício dos pais, vivendo de forma simples, do que era produzido na roça. Diz-se que começou na escultura como um passatempo. Mas foi no entalhe da madeira que ele revelou sua genialidade de artista espontâneo, trazendo ao mundo uma série de homens, mulheres, animais, santos e até seres mitológicos, como sereias, em esculturas que chamam a atenção por sua verticalidade e pelo acabamento liso e esmerado.
São peças longilíneas com braços rentes ao corpo e feições neutras, mas que expressam dramaticidade no entalhe. A originalidade também se revela na maneira em que o artista une diferentes figuras, humanas e de animais, em esculturas que lembram totens. “Além disso, o pouco detalhamento e a simetria predominantes fazem com que a definição da silhueta fique realçada em cada peça”, diz o poeta João Bandeira, convidado a fazer a curadoria da exposição que traz 45 esculturas do artista, e fica em cartaz até o dia 26 de julho na Galeria Estação, em São Paulo.
Morto por parada respiratória em 2009, aos 69 anos, João da Lagoa deixou uma obra que pode ser encontrada em importantes coleções particulares de Arte Popular e em museus no Brasil, em Portugal e na França. “Pena que ele não esteja aqui para desfrutar sua exposição. Então, desfrutemos nós. Essa é a homenagem que posso, tardiamente, prestar-lhe”, diz a colecionadora Vilma Eid, diretora da Galeria Estação.
João Francisco da Silva - Esculturas
Data: até 26 de julho
Local: Galeria Estação
Endereço: Rua Ferreira de Araújo, 625, Pinheiros, São Paulo
Horário: de segunda a sexta, das 11h às 19h; sábados das 11h às 15h
Entrada gratuita
Fonte:Casa Vogue
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