segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

CORPO E ARTE - AS PINTURAS CORPORAIS DE CRAIG TRACY


Às vezes, a arte precisa de locais mais ondulados e subjetivos que uma simples tela. Conheça as incríveis pinturas corporais do americano Craig Tracy e um pouco mais sobre a história da Body Art.


Craig trabalhando em "Prowl".

Todo artista busca encontrar aquilo que lhe completa. Craig Tracy encontrou-se artisticamente na pintura corporal. Nascido em Nova Orleans, Estados Unidos, Craig não se satisfazia com a arte convencional, abandonando, deste modo, sua carreira como ilustrador.

Sua primeira coleção de imagens, "The Nature Series", composta por quinze trabalhos, foi muito bem recebida. Em 2005, Craig participou do The World Body Painting Festival, que acontece anualmente na Áustria, junto com seu amigo e também artista, Jeral Tidwell, onde ganharam o primeiro lugar na categoria. Desde então, Tracy é jurado do Festival.

 
Craig trabalhando em "May".

Seu trabalho é feito com airbrush, pintura a dedo, esponjas e respingos; inspirado no formato dos corpos. Confira o processo de criação das pinturas:



Atualmente, Craig coordena a primeira galeria de arte dedicada exclusivamente a body painting, em Nova Orleans, sendo um espaço com fotografias e vídeos que ilustram seu trabalho desde as primeiras pinceladas até o registro final.

História da Body Art A Body Art (arte do corpo, tradução livre) surgiu no final da década de 1960 como uma manifestação das artes visuais, onde o artista poderia utilizar de seu próprio corpo para expressar-se. As obras, geralmente, convidam o espectador à reflexão, ao choque e ao distanciamento e tem grande influência da cultura do corpo, da nudez e da liberdade sexual que brotava na época.

 
© Craig Tracy, "Divinity".

 
© Craig Tracy, "Fantasy Two".

O conceito da Body Art parte da citação de Marcel Duchamp: "Tudo pode ser usado como obra de arte."

Podem ser considerados precursores da Body Art os franceses Duchamp e Yves Klein, o americano Vito Acconci e o italiano Piero Manz. Enquanto Klein utilizava o corpo como um grande pincel para imprimir em telas, rolando sobre elas, artistas como Viennois Gunter, Rudolf Schwarzkogler (morto em 1969, durante uma performance), Chris Burden e Gina Pane pautavam seu trabalho no conceito de violência e agressividade, com o objetivo de chocar o espectador.

© Craig Tracy, "Majestic".

 
© Craig Tracy, "Monarch".

Muito antes do body art As pinturas corporais estão presentes nas mais diferentes culturas, como os indígenas, hindus e africanos; e manifestam importantes eventos de determinada cultura: a luta, a caça, rituais de passagem e casamentos. Os índios utilizam materiais como o jenipapo e o urucum para fazerem pinturas em seus corpos. Todos os rituais da cultura indígena são representados através dessa expressão artística. Já na cultura africana, além de retratar rituais, a pintura corporal incorpora elementos da natureza local, retratando também a paisagem do continente.

Os hindus utilizam a pintura corporal para um ritual com características mais modernas: o casamento. As noivas são pintadas com desenhos que representam a sorte e o rompimento com a "antiga família", mostrando a condição de mulher casada. Assim, as pinturas representam um ritual de passagem.

Na sociedade contemporânea, a ideia de embelezar-se e expressar-se através da pintura corporal (não só pela body art) continua viva. A maquiagem e a tatuagem são exemplos desses princípios. Essas duas manifestações não são novas, mas, fundidas com as pinturas corporais das sociedades que citamos acima, elas mutaram-se.

 
© Craig Tracy, "Progress".

© Craig Tracy, "Sister and Brother".

© Craig Tracy, "Tribalish, Lotus".

 
© Craig Tracy, "Stellar" (imagem da esquerda) e "Yes" (imagem da direita).

Confira mais sobre o trabalho de Craig Tracy em seu site.

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