sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A ARTE NAIF DE ERNANE CORTAT


Da leveza, alegria, informalidade e busca pela maior liberdade de criação do artista, surgiu a arte "naif". Tida como primitiva, ela ganhou espaço no mundo todo e é claro que o Brasil não poderia ficar de fora. Neste artigo você entenderá melhor o que é arte naif e terá acesso a uma entrevista com o artista Ernane Cortat, um dos maiores nomes desta modalidade artística no cenário nacional e internacional.


Espontânea, autêntica e até ingênua. Assim começa a (quase) definição da arte naif, uma categoria artística que foge da classificação de “escola” e que preza pela liberdade de expressão do artista: é a partir da arte naif que ele poderá fazer as suas obras de modo instintivo e, assim, expandir o seu universo particular.

Também chamada de arte primitiva, a naif é uma forma de expressão que não procura se encaixar nos moldes acadêmicos, tendências modernistas ou mesmo no famoso – e batido – conceito de arte popular. Ela é muito próxima da arte infantil, daquela que não exige uma técnica propriamente dita mas, mesmo assim, não parece coisa de criança!


Complexa de definir, mas facilmente feita pelos artistas, a arte naif traz uma alegria aos olhos de quem a vê. A paleta de cores utilizada é vasta (além de ser uma categoria marcante) e nas obras, a composição plana e bidimensional retrata a simplicidade figurativa da arte naif. Nela não existe uma perspectiva geométrica… Na verdade, a simples composição das cores e imagens simétricas já cumprem o seu papel de fazer arte!

A arte naif começou a surgir pelas obras de Henri Rousseau. Sem nenhuma formação técnica na arte, durante a sua primeira exposição, Henri foi extremamente criticado pelos críticos de arte da época por não seguir nenhuma composição certa e/ou perspectiva de desenho… As cores também eram motivo de polêmica: onde já se viu um artista ignorar as regras e “jogar” as cores de modo arbitrário?



O que antes era polêmica virou tendência. Ok, a palavra tendência não se encaixa muito bem no contexto quando o assunto é arte naif… Mas a verdade é que os artistas do mundo todo passaram a usar alguns elementos do naif e, assim, popularizaram essa nova perspectiva artística. No Brasil, por exemplo, a adesão foi tão grande que até um museu específico foi criado: o MIAN, Museu Internacional da Arte Naif do Brasil (localizado na cidade do Rio de Janeiro).

E é no Rio de Janeiro que um dos maiores nomes da arte naif no Brasil faz as suas obras. Ernane Cortat é um artista plástico que aderiu a arte naif assim, sem razões específicas… Foi algo espontâneo, mas que deu – e ainda dá – muito retorno! Extremamente espiritualizado e ligado às artes, Ernane é o exemplo perfeito daquilo que é naif: agradável, leve e com muita alegria pra dar e vender.


Eu me encantei pela arte de Cortat logo de cara e na hora eu soube que queria passar tudo isso para os leitores do Venturarte! Pensei em como eu poderia trazer a essência da arte de Ernane para cá e no meio de tantas ideias, pensei numa entrevista. Mas como fazer uma entrevista com um artista que está no Rio de Janeiro, sendo que estou no Paraná? Facebook! Fiz uma pequena busca, encontrei o artista e mandei uma solicitação de amizade (na cara dura mesmo). Poucos minutos depois recebi uma mensagem me desejando paz, alegrias e agradecendo o pedido de amizade: era de Ernane. A felicidade foi instantânea, pois além do artista possuir toda a alegria e leveza que suas obras nos transmitem, a possibilidade da entrevista estava bem próxima de se concretizar.

Se concretizou… E hoje eu lhes apresento, com muito orgulho (e muita alegria), a entrevista que fiz com Ernane, um artista que nos transmite paz mesmo a km de distância.

Venturarte/Obvious: Quem é Ernane Cortat?

Ernane Cortat - Acho difícil falar de si mesmo. Só sei que é uma pessoa que quer seguir fazendo seu trabalho sem pensar em competição, sem passar por cima de nada e de ninguém, respeitando o máximo todo ser humano.


Venturarte/Obvious: Quando você se descobriu como artista?

Ernane Cortat - Já pintava há um certo tempo, mas não acreditava muito e sem eu saber meu irmão me inscreveu em 2 salões de arte na época muito importantes e eu fui premiado nos dois… Mesmo assim fiquei inseguro. Só quando tive coragem de abandonar a profissão de Psicólogo para fazer da arte o meu ofício acreditei que realmente a arte era o que queria, mas não deixando de amar a Psicologia, que é muito importante na minha vida.

Venturarte/Obvious: Por que optou pela arte “naif”?

Ernane Cortat - Não foi uma opção, desde o primeiro quadro era isso que queria. Todas as artes são irmãs e a arte naif veio de uma forma que não sei explicar, chegou, ficou e creio que vamos seguir juntos pela vida toda.


Venturarte/Obvious: O que você pensa enquanto está produzindo seus trabalhos?

Ernane Cortat - Quando pego a tela em branco sempre escrevo algo para quem um dia ficará com ela: uma poesia, um pedido que leve alegria, harmonia para onde for sua morada… Pinto em cima e vou pintando o quadro sempre pensando nisto. Quando fica pronto, acredito que não existe quadro pronto, pois pode-se sempre continuar, falo para ele: Vai alegrar a casa, a vida de quem te escolher!

Venturarte/Obvious: Seus trabalhos são muito ligados à diversidade de cores. Isso é proposital ou é algo que você faz involuntariamente?!

Ernane Cortat - Gosto de muito de cores alegres. Elas vem, não programo muito um quadro. Às vezes penso uma coisa e ele toma outra direção e assim são as cores, vem e vão com toda a liberdade. Elas são donas da tela, eu obedeço.

Venturarte/Obvious: O que você procura retratar nos seus trabalhos? Existe alguma inspiração específica ou é algo momentâneo?

Ernane Cortat – Procuro retratar, a alegria, a felicidade, a Paz, o melhor da vida, tento passar isto o tempo todo

Venturarte/Obvious: Como é o seu processo criativo até finalizar uma obra?

Ernante Cortat - Meu processo criativo não tem muita coisa planejada, faço o fundo da tela e deixo acontecer. A inspiração vem e vai acontecendo até achar que devo parar, como falei acredito que sempre pode-se continuar.

Venturarte/Obvious: Onde o leitor – e admirador do seu trabalho – pode encontrar as suas obras?! Você mantém um esquema de vendas?

Ernane Cortat – Minhas obras podem ser encontradas no Rio de Janeiro, São Paulo, Tel Aviv e Nova Yorque (onde trabalho com galerias fixas há muito tempo) ou comigo. O esquema de venda comigo é diferenciado do valor de galerias. Divido em 3 vezes, ou a negociar…


Venturarte/Obvious: Para finalizar, o que a arte significa na sua vida?

Ernane Cortat – Tudo, é meu ofício, a minha vida, o meu prazer, a minha Paz.

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Como puderam perceber, as obras são ricas em detalhes e, devido à dedicação singular de Ernane, também são repletas de espiritualidade! Quer ter uma obra de Ernane nas paredes da sua casa ou do seu escritório? Entre em contato om ele pelo e-mail ercortat@gmail.com ou pelo celular (oxx21) 99257-7243. Para conhecer outras obras do artista, clique nesse link.



Obs.: As informações técnicas a respeito da definição da arte naif foram baseadas no texto do site História da Arte.



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