terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Líderes mundiais e milhares de sul-africanos se reúnem em honra a Mandela


Dilma, Raúl Castro e Obama discursaram no evento. Hoje faz 20 anos que ícone antiapartheid ganhou Nobel da Paz

Unidos em um tributo a um símbolo global de reconciliação, milhares de sul-africanos, celebridades e dezenas de chefes de Estado e outras autoridades se reuniram sob a chuva nesta terça-feira para honrar Nelson Mandela em um grande evento em memória do primeiro presidente negro da África do Sul.

Dilma: Luta de Mandela cruzou fronteiras da África do Sul e inspirou o mundo AP
Imagens de Nelson Mandela com o passar dos anos são projetadas em telão durante cerimônia em sua honra em Soccer City, Johanesburgo

Prevista para as 7 horas locais (11 horas em Brasília), a cerimônia começou com uma hora de atraso com a execução do hino nacional e durou mais de quatro horas, período em que houve vários discursos, incluindo os da presidente Dilma Rousseff e do americano Barack Obama, músicas e uma homenagem dos netos de Mandela.

Galeria de fotos: Veja imagens de Mandela, ex-presidente da África do Sul

Infográfico: Nelson Mandela e a África do Sul

Multidões convergiram para o Estádio FNB (Soccer City) em Soweto, subúrbio que foi um reduto de apoio à luta contra o apartheid que Mandela incorporou enquanto era um prisioneiro do regime de dominação branca durante 27 anos e então durante um frágil transição para eleições multirraciais que o tornaram presidente em 1994.

Apesar de uma chuva contínua, a atmosfera dentro do estádio era de celebração, com muitas pessoas dançando, soprando vuvuzelas e cantando músicas da luta antiapartheid. Muitos seguravam cartazes em honra de "Madiba", nome do clã de Mandela, ou apenas seu retrato. Outros estavam cobertos com materiais com sua face ou as cores verde, amarela, vermelha e azul da bandeira sul-africana.

Dilma participou do evento acompanhada pelos ex-presidentes brasileiros José Sarney (1985-1990), Fernando Collor de Mello (1990-1992), Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

'Gigante da História': Obama pede ação do mundo para honrar Mandela
Em seu pronunciamento, a presidente afirmou que a luta de Mandela contra o apartheid (regime de segregação racial) cruzou as fronteiras da África do Sul e inspirou o mundo. A líder brasileira discursou logo após o presidente dos EUA, Barack Obama, que pediu que o mundo reverenciasse o legado do primeiro presidente negro da África do Sul combatendo a desigualdade, a pobreza e o racismo.

Antes de discursar, Obama trocou um aperto de mão com o presidente de Cuba, Raúl Castro, quando cumprimentava uma fileira de líderes e chefes de Estado. O gesto é sem precedentes entre líderes de dois países que têm uma relação de conflito há mais de 50 anos.

Diferentemente de Obama, que foi várias vezes aplaudido e recebeu uma ovação de pé enquanto discursava, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, foi vaiado. Muitos cidadãos do país estão descontentes com Zuma por causa dos escândalos de corrupção, apesar do governista Congresso Nacional Africano, antes liderado por Mandela, continuar como o favorito em eleições previstas para o próximo ano.

A viúva de Mandela, Graça Machel, estava no estádio, assim como a atriz Charlize Theron, a modelo Naomi Campbell e o cantor Bono. O ex-presidente sul-africano Thabo Mbeki, que sucedeu a Mandela, recebeu uma ovação ao se levantar. O presidente francês, François Hollande, e seu antecessor e rival político, Nicolas Sarkozy, chegaram juntos.

Esta terça-feira marca o 20º aniversário do dia em que Mandela e o último presidente branco da África do Sul, F.W. de Klerk, receberam o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para trazer paz ao país. A data também coincide com o Dia dos Direitos Humanos da ONU.

Na época, Mandela disse em seu discurso de aceitação: "Vivemos com a esperança de que, enquanto ela se debate para se refazer, a África do Sul será como um microcosmo do novo mundo que deseja nascer."

Desde a morte de Mandela, Johanesburgo tem visto um clima nublado e chuvoso incomum para a época - um sinal, segundo as tradições africanas, da passagem de uma pessoa querida que está sendo recebida na vida após a morte por seus antepassados.

"Na nossa cultura, a chuva é uma bênção", disse Harry Tshabalala, um motorista do Ministério da Justiça. "Apenas pessoas muito grandes são homenageadas com ela. A chuva é vida. Esse é um clima perfeito para nós nessa ocasião."

Fonte:IG

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