Na semana que se inicia, a Terra completa mais uma volta em torno do sol, nossa ocidental contagem do tempo indica que um novo ano começará. Hora de recarregar energias e projetar novos desafios e esse período é propício para falar de uma das filosofias estéticas mais inovadoras da história, o movimento Art Nouveau.
Aproveito a visita que fiz ao Museu de Arte Nova em Aveiro/Portugal (última foto) para tratar da significativa contribuição desse movimento modernista para as artes, a arquitetura e a vida em sociedade.
A ideia de dar maior funcionalidade à beleza, à arte, foi central no movimento da Arte Nova, o intuito era distribuir melhor os espaços aliando isso a incitação de produzir uma estética criativa.
A fotografia sequencial usada para estudar a motricidade humana e no pioneirismo do cinema científico foram ações inspiradas na Arte Nova. Assim como, o uso da geometria da espiral logarítmica (proporção áurea) revitalizaram os estudos evolucionistas da área da biologia.
Outra área em que esse estilo foi muito influente e teve grande impacto no modo de vida que levamos hoje foi a saúde. A criação de ambientes mais higienizados, que tenham cuidado com a precaução de doenças, pode ser relacionada ao movimento de Arte Nova.
Bem como, desenvolver condições de vida mais saudáveis, promover espaços de lazer distantes das indústrias e fábricas para os trabalhadores e a própria ideia da legitimidade das férias para a saúde mental das pessoas.
Fica evidente que a Arte Nova propõe uma fusão entre arte e ciência, seu apogeu foi no fim do século XIX e primeiras décadas do século XX. Suas interpretações são múltiplas em cada região, a Europa sem dúvida é onde sua influência é mais decisiva, mas o mundo experimentou princípios do Art Nouveau.
Em contrapartida a arte tradicional linear em que a beleza poderia se justificar por si só, esse estilo prioriza as cores, as curvas da natureza e valoriza a feminilidade das formas e sua utilidade/conforto.
A Arte Nova era o estilo de nomes distintos como Gustav Klimt, Charles Rennie Mackintosh, Alphonse Mucha, René Lalique, Antoni Gaudi e Louis Comfort Tiffany, cada um dos quais interpretou a Arte Nova a sua própria maneira.
Sem dúvida o fecundo período conhecido como Belle Époque não existiria sem a Art Nouveau, hoje considerado como um estilo “total”, ou seja, abrange todas as escalas da estética.
Um ano novo sempre remete a uma arte nova, a uma vida que se renova. Todo exercício criativo é o que diferencia o ser humano de outros seres vivos, se faz necessário nos desafiar, como fizeram aqueles que se inspiravam na Arte Nova, para apresentar outro modo de se expressar, usar os espaços e dar sentido a eles em uma nova forma de ver a vida.
Fonte: Obvious
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