Vinicius de Moraes foi um dos nomes mais relevantes para a arte brasileira no século XX. A afirmação foi feita pelo vice-presidente do Senado, senador Jorge Viana (PT-AC), ao abrir a sessão solene em que o Congresso homenageou, nesta segunda-feira (14), o centenário de nascimento de Marcus Vinicius da Cruz e Mello Moraes, poeta, jornalista e diplomata.
Jorge Viana ressaltou que a obra musical de Vinicius de Moraes – segundo ele, tão importante quanto à literária – trouxe leveza à música e modificou a “paisagem musical” do país. Para ele, "as canções do Poetinha, com Tom Jobim e outros parceiros, colocaram a música brasileira no cenário mundial, disse o senador, e mostraram que “o Brasil é mais que samba, carnaval e futebol”.
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que requereu a homenagem juntamente com o deputado Penna (PV-RJ), lembrou que, em 1969, Vinicius de Moraes foi “atingido pelos atos infames da ditadura”, que o exonerou do cargo de diplomata. Em 2008, por iniciativa do presidente Lula, ressaltou, Vinicius foi promovido, post mortem, ao cargo de ministro de primeira classe.
Para o deputado Penna (PV-RJ), falar de Vinícius de Moraes é chamar a uma reflexão sobre o conhecimento. Segundo ele, Vinicius é uma verdadeira vacina contra a estupidez, a ignorância e o mal fazer da vida política.
- Brasileiro ilustre, aqui evocado nesse instante, saiba que nós todos precisamos muito reouvi-lo, relê-lo, para que a gente consiga melhores dias para o Brasil – disse, referindo-se ao poeta.
Patrimônio brasileiro
Vinicius de Moraes, disse a senadora Ana Amélia (PP-RS), é um patrimônio brasileiro e do mundo. Em vez de receber homenagens, disse a senadora, o poeta homenageia a todos com a sua obra, que ainda inspira artistas e músicos. Ao ressaltar a sua atividade de jornalista, a senadora observou que ele era amante da liberdade e da livre expressão e falava tanto às crianças como expressava bem o pensamento dos adultos.
- Que a poesia de Vinicius de Moraes continue entre nós, tornando a vida de todos um pouco melhor, mais solidária, mais humana – disse Ana Amélia.
Acentuar na música brasileira a presença de instrumentos e da sonoridade da música negra, em parceria com Baden Powell, é, na opinião do deputado Amauri Teixeira (PT-BA), a melhor fase de Vinicius. Para ele, só este fato já seria um grande feito do poeta. O deputado disse emocionar-se ao ouvir o som da Bahia na música brasileira.
Se estivesse vivo, disse Amauri Teixeira, Vinicius de Moraes ficaria feliz ao ver o Brasil fazendo uma diplomacia “altiva e soberana”, por ver a Bahia democrática e livre da tirania e, ainda, pelo fato de a Mãe Stella de Oxossi ter ocupado uma cadeira da Academia de Letras da Bahia (ALB).
Vinicius de Moraes nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1913 e morreu em 9 de julho de 1980. Seus principais parceiros foram Tom Jobim, Baden Powell, Carlos Lyra, Chico Buarque e Toquinho.
Durante a sessão solene, as Canções de Vinicius foram executadas por Marcel Powell, filho de Baden Powell, pelo Clube do Choro de Brasília e interpretadas pelo coral do Senado e pela cantora Myrlla Muniz, acompanhada pelos músicos Marcelo Lucchesi, João Marinho e José Ocelo.
Participaram da cerimônia o representante do Ministério da Cultura, Pedro Henrique de Martino; o diretor do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores, ministro George Torquato Firmeza; a primeira secretária da Delegação da União Europeia no Brasil, Joanna Pliszka Ribeiro; o embaixador do Equador, Horacio Sevilla-Borja; o ministro conselheiro da Embaixada da China, Zhu Qingqiao.
Também estiveram na sessão os representantes do governo da Bahia, Sônia Maria Dunshee de Abranches Carneiro; e da organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Alan Bojanic; o vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), André João Costa; e estudantes de Jornalismo da Faculdade Anhanguera de Brasília.
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