Imagine acordar com passarinhos cantando e ver, emoldurados por uma verdejante “cortina”, Cristo Redentor e Pão de Açúcar juntos, todos os dias? O visual de tirar o fôlego destaca a proximidade entre mar e montanha e oferece uma atmosfera acolhedora à casa localizada na zona sul carioca, apesar de seus seis andares. Mérito da arquiteta Gisele Taranto, que, em um ano e meio de obras, transformou a sóbria construção existente numa espécie de mirante privativo, bem de frente para os dois cartões-postais mais emblemáticos do Rio de Janeiro.
Pousada sobre um platô, a morada não aparenta ter tantos pavimentos quando vista da rua. “Cinco deles ficam abaixo do nível da calçada. Interligados por um elevador, eles eram necessários para acomodar a família”, conta Gisele. Minimalista e cool, o projeto tem como trunfo a leveza propiciada por recursos arquitetônicos, como os vãos livres sustentados por colunas e paredes brancas em contraste com superfícies de cimento aparente – tudo conectado pelo piso de granito apicoado. Além disso, há amplas aberturas envidraçadas, que, em conjunto com guarda-corpos igualmente transparentes, dão a impressão de que a casa de mil m² flutua.
A distribuição do projeto em vários andares, ao mesmo tempo em que respeita o desnível do terreno, propicia privacidade a cada integrante da família. Enquanto o casal conta com uma ampla suíte, dotada de escritório, as filhas adolescentes dispõem de três espécies de lofts independentes, com quarto, closet e banheiro distribuídos em ambientes com pé-direito duplo. Outro trio de dormitórios fica à espera dos hóspedes.
Nas amplas salas de estar e jantar, integradas, os moradores recebem convidados frequentemente. “Viraram ponto de encontro de nossas famílias”, diz a proprietária. O décor exala frescor e modernidade, com um espírito genuinamente carioca em que comparecem peças de mobiliário assinado e obras de arte contemporânea. Sofás e poltronas em formatos orgânicos fazem contraponto às linhas retas da arquitetura e convidam a esquecer as horas em gostosos bate-papos. À noite, o projeto de iluminação assinado por Maneco Quinderé acentua o clima intimista. O díptico Imitação da Água, de Sandra Cinto, conecta os dois ambientes, lembrando que, apesar do visual de montanha, o mar está próximo. O quadro e os pendentes Birdie, de Ingo Maurer, colocados acima da mesa de jantar, formam uma bem-humorada metáfora do Rio, evocando, em um mesmo espaço, oceano e vida ao ar livre.
Além do cenário deslumbrante e do conforto interno, a residência revela outro bom motivo para morar ali: o condomínio onde está situada mantém uma área de preservação ambiental, tipo de santuário para animais e vegetação. Complexos verdes desse gênero, cada vez mais raros nos traçados urbanos, reforçam que aquele é um pedaço privilegiado do Rio.
Fonte: Casa Vogue
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