domingo, 7 de julho de 2013

O poder decorativo dos livros


7 bibliotecas para lá de bem organizadas

No mês da Festa Literária Internacional de Paraty – FLIP, Casa Vogue mostra sete sugestões de espaços de leitura que aliam conforto e estética apurada. Entre os criadores deste espaço de culto ao conhecimento e ao colecionismo – de livros! – estão arquitetos nacionais e internacionais, inclusive Oscar Niemeyer. Aproveite para se inspirar e ordenar seus livros e revistas. Boas ideias de como fazê-lo seguem abaixo.


Clássico vibrante, por João Mansur

Neste apartamento em São Paulo, o estar e a biblioteca ocupam um mesmo espaço. Os livros ficam em duas estantes de madeira vestida com laminado preto brilhante, executadas pela marcenaria Mestre Guido – os móveis organizam as obras e trazem simetria à composição. “Luminárias [Golden Art] no topo das estantes facilitam localizar os exemplares e garantem iluminação pontual”, diz Mansur. O verde da parede, Caule de Rosa, da Coral, destaca as peças escuras e valoriza o espelho da L’oeil pendente acima da cômoda antiga. O acento clássico do décor é complementado por peças como o sofá Chesterfield, da Jocal, o lustre Versailles, da Basile Antiquário, e as porcelanas chinesas dos séculos 18 e 19.
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Espaço bem-aproveitado, por Gilberto Belleza e C. Batalha do Largo Arquitetos

Até a escada acomoda livros no projeto dos escritórios Gilberto Belleza e C. Batalha do Largo Arquitetos para esta casa em Brasília. “O proprietário desejava integrar sua coleção à arquitetura”, afirma Gilberto Belleza. Os profissionais preencheram o espaço sob os degraus com nichos para as obras – os demais volumes se dividem entre as estantes de madeira pintada de branco dispostas no térreo e no mezanino. A hegemonia do branco é sutilmente quebrada pelo cinza-escuro da ardósia eleita para o piso. Na decoração, o estilo é sóbrio: sofá de couro, poltrona Barcelona (1929), de Mies Van der Rohe, e mesa de centro com tampo de vidro.
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Elegância concreta, por Jens Carper, Petra Petersson e Andrew Strickland

O topo de um bunker construído em Berlim no ano de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, abriga a morada do empresário e colecionador Christian Boros. Após uma reforma de cinco anos, o trio de arquitetos Jens Carper, Petra Petersson e Andrew Strickland transformou o edifício em museu e reservou a cobertura para a família. A biblioteca segue o estilo predominante na casa, em que sobressaem espaços amplos, obras de arte e peças de design. A grande estante de carvalho com portas de vidro, que vai do piso ao teto, parece se fundir com o concreto da estrutura. Do mobiliário, fazem parte ainda um antigo aparador chinês e poltronas Costela (1955), de Martin Eisler, sobre tapetes berbere.
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Na medida das obras, por Lia Siqueira

Livros são o ofício do editor Pedro Corrêa do Lago, daí os 10 mil exemplares de sua coleção particular. Diante de tantos volumes, o caminho foi erguer um anexo com 83 m² só para eles na casa carioca, missão encomendada à arquiteta Lia Siqueira, da Azul Arquitetura & Design. “A nova ala foi ‘colada’ à construção existente, o que permite acessá-la de quaisquer dos três andares da morada”, conta Lia, que, por esse trabalho, recebeu um prêmio do Instituto de Arquitetos do Brasil/ Rio de Janeiro – IAB/RJ, em 2011. Uma estrutura metálica apoia as estantes de madeira pintada de branco, em que os livros são facilmente localizados com a ajuda de spots da La Lampe. Mas, durante o dia, nem é preciso acendê-los, já que o espaço é inundado por luz natural.
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Recanto das artes, por Marcelo Ferraz

Livros e CDs merecem atenção especial na casa do arquiteto Marcelo Ferraz, um dos sócios do escritório paulistano Brasil Arquitetura. Na sala de 64 m² reservada ao acervo, a área dedicada à literatura fica no mezanino, local onde foram dispostas estantes de cabreúva maciça e araucária projetadas pelo arquiteto e executadas pela marcenaria Baraúna. Já o térreo conta com carrinhos volantes para os discos de vinil e prateleiras repletas de CDs. O teto forrado com esteira de palha reforça o conforto acústico e aquece o ambiente decorado também com peças de design assinado: poltrona Bardi’s Bowl (1951), de Lina Bo Bardi, e banco de Alvar Aalto.
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Ode a Fernando Pessoa, por Carlos Augusto Lira

São 25 m² dedicados à paixão de um jurista e escritor pelos livros, em especial à obra de Fernando Pessoa. A biblioteca foi projetada para abrigar não apenas os títulos do autor português, mas também itens que pertenceram a ele, como a escrivaninha e a máquina de escrever. Para guardar esses e outros itens neste apartamento em Recife, o arquiteto Carlos Augusto Lira projetou estantes de madeira laqueada de branco, executadas pela Florense. Entre as obras de arte, um desenho (ao fundo, à dir.) de Almada Negreiros e outro (à esq., atrás da escrivaninha) de Júlio Pomar reverenciam a memória de Pessoa.
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Livros na garagem, por Oscar Niemeyer

Esta casa assinada por Oscar Niemeyer é a única proposta residencial do arquiteto brasileiro nos Estados Unidos, que também participou do projeto para a sede da ONU, em Nova York. Batizada de Strick House, a construção estava fadada à demolição até ser adquirida e restaurada pelo arquiteto e designer norte-americano Michael Boyd, em 2002. Na reforma, a casa em Santa Monica ganhou uma biblioteca onde antes havia dois quartos e uma garagem. O amplo ambiente tem paredes forradas de estantes de madeira envelhecida e é pontuado por peças de design, como o poltrona Egg, de Arne Jacobsen, e a cadeira Zig-Zag, de Gerrit Rietveld.

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