segunda-feira, 1 de abril de 2013

SOBRE O COTIDIANO




Palavras soltas
sobre a falta
de palavras.



Quero lembrar-me de palavras bonitas,
de grafia e gramática rebuscadas.
Saber colocá-las em ordem,
na mesma ordem harmoniosa
e impossível de meus pensamentos.

Queria poder escrever mais,
mais e com mais frequência.
Cada tema que desenvolvo
parece não trazer nada novo,
apenas constatações óbvias
e nada insólitas da vida
e da rotina sem cor.

Quero ver vida
em minhas palavras,
quero ver vontade,
e não o compromisso
da escrita por si só.

Mas como encontrar palavras
ocultas em dias exaustivos, onde
cada pensamento deve ser castrado
e moldado a cada propósito sério,
maduro, definido, físico e real,
tão real quanto pode ser,
e quanto pode não ser,
caso eu escolha viver
de palavras,
somente
palavras
e sons.

Qual o propósito
de nossos talentos
quando nenhum é
devidamente explorado?
Se a falta de tempo, ânimo,
se a falta de vida, mastiga
cada borda de originalidade
que escorre pelos deveres
do fantástico cotidiano?


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