segunda-feira, 4 de março de 2013

A arte parasita de Lang/Baumann por Casa Vogue


Intervenções e escadas surreais na obra da dupla



Instalações, pinturas, intervenções públicas e por aí vai. Essas são algumas das modalidades artísticas já praticadas pela dupla suíço-americana Sabina Lang e Daniel Baumann ao longo de seus 23 anos de parceria. Desde 1990 – quando Lang tinha 18 anos, e Baumann, 23 –, eles assinam suas obras com o emblemático L/B, inicial dos sobrenomes. Apesar da multiplicidade de trabalhos, é nas instalações que a arte da dupla toca o universo da arquitetura e do design. Muitas delas funcionam como parasitas de construções originais. Os artistas se apropriam de espaços com obras que por vezes desafiam a gravidade ou causam ilusão de óptica – sempre saltando aos olhos do espectador.

A série de instalações Beautiful Steps, por exemplo, é quase a materialização das gravuras do holandês M. C. Escher, fonte de inspiração da dupla. São escadas surreais que levam de nada a lugar nenhum e dão a sensação de distorção do espaço comum. “Os desenhos de Escher são sobre a simultaneidade do verdadeiro e do falso. Nós tentamos alcançar o mesmo, alterando pequenos detalhes em nossas escadarias. Tornando-as inacessíveis ou mudando-as de ângulo, por exemplo”, afirmam os artistas.


Fora do mundo fantástico de Escher, Lang/Baumann se inspiram em obras de arquitetos como Oscar Niemeyer. “A escadaria do Ministério das Relações Exteriores foi a referência para o Beautiful Steps #3 e #4 (acima)”, dizem. Eles prometem inaugurar novas instalações desse tipo em Lyon e Valparaiso, em junho e março, respectivamente.

Outro conjunto de trabalhos célebre da dupla chama-se Comfort. Nele, tubos infláveis conduzidos por correntes de ar se contorcem pelos orifícios e cômodos de construções diversas. Há também as bolhas, que inflam para dentro ou fora dos locais. Essa série recebeu a denominação de intervenção arquitetônica, rótulo que a dupla questiona. “Nós não estamos interessados em exibir nosso trabalho no contexto da arquitetura ou do design; nós queremos interagir com as pessoas que olham para a arte”, afirmaram em entrevista para a revista francesa Palais.

Engana-se quem pensa que eles buscam seduzir o observador com obras simplesmente belas. “Beleza significa nada e tudo ao mesmo tempo”, disse a dupla em entrevista para a mesma publicação. É por isso que Lang/Baumann usam a palavra “beautiful” nos títulos de algumas de suas obras. Com o objetivo único de instigar o público a completar um termo que consideram vazio.

































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