FONTE
"Se uma história não fala do ouvinte, ele não escutará. E aqui eu faço uma regra, uma grande e interessante história é sobre todos ou ela não perdurará." -- John Steinbeck, "A Leste do Paraíso"
O que há de tão especial em citar alguém? Porque citamos? De onde vem? Quais são as vantagens e o que exprime o acto de citar?
Todas estas são perguntas muito legitimas se pensarmos sobre isso, tendo em conta que no passado algumas culturas se exprimiam somente por meio de citação, curioso isso porquê?
A citação pode advir do discurso ou da escrita e quando citamos alguém por um lado ficamos protegidos de qualquer premiação, ou glorificação ao nosso nome próprio, ou seja, da honra própria, do orgulho e outros males tais. Por outro lado quando citamos abdicamos da nossa expressão "pessoal", é uma espécie de concessão do nosso ser, para valorizar a ideia de outrém.
Fazemos-o por vários motivos, sejam eles porque preferímos as palavras de outrém para exprimir uma ideia, ou porque queremos fundamentar algo, assim, as citações têm um papel imenso na construção de qualquer tese, no desenvolvimento cognitivo e na combinação de ideias aparentemente opostas.
"Devemos todos saber que diversidade faz uma rica tapeçaria e devemos compreender que todos os fios da tapeçaria são iguais em valor independentemente de qual a sua cor." -- Maya Angelou
E para ajudar a esse feito não há como visitar este hino à lusofonia, um galardão ao que os portugueses pensam, isto porque, dizer que um pensamento é originalmente português é uma falácia visto que eles passam de uma pessoa para outra, assim como Portugal se fez, como diz Saramago, de uma mestiçagem, de povos e culturas. Assim, não há tal coisa como o Português isolado de todo o mundo, ele é, todavia, uma parte do todo e uma parte muito bela do todo nasceu desta integração.
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Mas deixemo-nos de conversas, a 1ª sugestão vai para O Grupo de Investigação de Pensamento Português (Universidade de Lisboa)
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Algumas citações que merecem ler, reler, reflectir e guardar:
“Há mais real grandeza numa alma que se abre, que se alarga, que se aprofunda, do que nas alminhas satisfeitas que se contentam. Todo o valor da vida está em se sentir em movimento: em ter consciência da sua dinâmica. ¶ Mudar? Transformar?
Revolucionar? É amargo, direis vós? Mas vêde – isto é que é viver, e tudo o mais é morte na Verdade, morte no Erro, morte no definitivo Verdadeiro ou no definitivo Engano. O mundo oferece-nos, ostenta-nos adiante dos olhos, como útero criador de onde mil existências nascem, riquezas sempre novas, fontes inexauríveis de prodígios, e o futuro é cheio de milagres”.
Raul Proença, "Tolerância", Alma Nacional, 1910
"«O homem é algo que deve ser ultrapassado», o homem é o que tem de se ultrapassar. (...) o homem é transposição de limites, que só é homem aquele que os transpõe, quem os transpôs”.
Eudoro de Sousa, Mitologia, 1980
"Dobrámos o cabo das Tormentas, escravizámos o índio, e ameaçando a terra, o mar e o mundo, tudo calcámos vitoriosos e em nossos triunfos nos glorificámos. Se porém me fosse dado escolher entre a sorte do vencedor e a do vencido, diria, com pena de incorrer em acusação de traição ao amor da pátria, que a todas as nossas glórias, que são muitas, sem embargo, e brilhantes, eu preferiria que como na Índia do século XVIII, três milhões de portugueses tivessem a coragem, que o índio teve, de preferirem morrer de fome a matar os animais seus companheiros e seus servos e amigos."
- Jaime de Magalhães Lima, O Vegetarismo e a Moralidade das Raças, Porto, Sociedade Vegetariana, 1912.
FONTE:http://bloguedoprimata.blogs.sapo.pt/209909.html
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