quarta-feira, 21 de novembro de 2012

OS GOOGLE DOODLES, UMA OUTRA DIMENSÃO DE UM SIMPLES ESBOÇO


Criado pela brasileira Ruth Kedar, o logótipo da Google é imediatamente reconhecível. Já a autoria das divertidas versões deste icônico design que frequentemente surgem na página inicial daquele que será o motor de busca mais usado perde-se na curiosidade dos seus cerca de 180 milhões de utilizadores diários. Venha conhecer os Doodlers!

© Google™

Um doodle não é mais que um desenho despreocupado; por definição, um esboço impensado. Tudo aquilo que a maioria das empresas, que leva a sério a sua imagem - talvez demasiado - gostaria de ver longe do seus logótipos, mas não a Google. Em 1998, mesmo ano em que é criada a empresa, e antes até de legalmente firmada, os seus fundadores, Larry Page e Sergey Brin, decidiram fazer algo incomum no meio empresarial: brincar com a sua identidade. Algo curioso e arrojado para um projecto tão novo.
Para assinalar a sua ausência, enquanto participavam no festival Burning Man no deserto do Nevada, resolveram fundir o logótipo do festival com o seu, colocando por detrás do segundo "o" da palavra Google um esboço da efígie que é queimada anualmente no dito festival e que lhe dá nome. Conseguiram surpreender os utilizadores com a repentina mudança, e a iniciativa foi bem recebida. Nascia a Google e também o Doodle, sendo que o segundo só veio a fazer parte das vidas de muitos de nós há bem pouco tempo.

Volvidos dois anos, e alguns Doodles depois, a ideia de decorar o logótipo da empresa para celebrar certos eventos manteve-se, pelo que Larry e Sergey incumbiram Dennis Hwang, estagiário na altura, da criação de um Doodle para o Dia da Bastilha. A recepção deste tornou-o responsável pela criação dos Doodles, que se tornaram mais regulares na homepage da Google. A procura aumentou, nacional e internacionalmente, e assinalam hoje não só as datas mais importantes do calendário norte-americano, mas de tudo um pouco, por todo o mundo.


© Google™

Mais de 1000 Doodles foram entretanto criados, alguns figurando em todas as páginas Google, outros especificamente direcionados, havendo por vezes vários em circulação. Por detrás deles há um grupo quase anónimo. Dennis Hwang, responsável por muitas das criações, ocupa-se agora de outras coisas, tendo legado o trabalho a uma equipa de cinco, entre ilustradores e engenheiros, e que pode ocasionalmente incluir um artista convidado. Confortavelmente instalados num pequeno escritório da sede da Google no condado californiano de Mountain View, em Silicon Valley, Ryan Germick, Mike Dutton, Jennifer Hom, Sophia Foster-Dimino e Willie Real são os Doodlers, provavelmente os artistas mais desconhecidos do mundo, apesar da exposição e do impacto do seu trabalho. "Este trabalho não é sobre nós como indivíduos, é sobre a cultura Google.", diz Germick apontando a razão.


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O grupo reúne-se regularmente para decidir que eventos serão comemorados com um Doodle; o trabalho restante é o de encontrar a conceptualização mais divertida, num processo que dizem bastante democrático. Mais até do que celebrar marcos importantes que reflictam a personalidade da empresa e o gosto pela inovação, o que procuram é a surpresa dos utilizadores ao reencontrar uma memória ou uma pessoa, um pouco como um presente. Através destes tributos idiossincráticos e conceptuais, encontram a melhor representação para relembrar tanto o famoso como o menos conhecido. De que outra forma teriam milhões de pessoas sido lembradas do aniversário de Gideon Sundback, inventor do fecho éclair, senão pela colocação de um fecho gigante na página da Google? Sendo difícil perceber como as pessoas interpretam algo, o seu objectivo declarado é colocar um sorriso nas caras dos visitantes.


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Grande parte do trabalho é feito digitalmente, mas nem sempre. No 150º aniversário de Gustav Klimt, esperando fazer justiça ao brilhante legado do pintor austríaco, Jennifer Hom pintou em tela o Doodle reproduzindo "O beijo". Alguns Doodles são criados em apenas algumas horas. Outros, como este ou como o tributo a Freddy Mercury, demoram vários meses a concluir, mas regra geral "é tudo feito em horas, não se demora um ano", explica Ryan Germick: "Quando foi descoberta água na Lua, fizemos um Doodle em horas. Acusaram a Google de ter informadores dentro da NASA, mas estávamos simplesmente a ler as notícias."


© Google™

Os Doodles evoluíram de simples ilustrações, como o Burning Man, para composições mais complexas, ao mesmo tempo que a sua criação se tornou um trabalho muito sério. Com tamanha audiência, o rigor é imperativo. Um erro num dos 200 Doodles que criam anualmente é prontamente apontado, como aconteceu ao falharem o desenho da dupla hélice no Doodle celebrante do aniversário da descoberta do ADN. Em Maio de 2010 surgiu o primeiro Doodle interactivo para comemorar o trigésimo aniversário do mítico jogo Pac-Man. Os utilizadores puderam jogar uma versão do jogo com um labirinto no formato Google, e ainda é possível fazê-lo na página dos Doodles, onde a totalidade destas criações pode ser encontrada com todas as características interactivas disponíveis. Entre os Doodles interactivos mais recentes estão os relativos aos Jogos Olímpicos de Londres 2012, onde pode ser experimentado um pouco do espírito e competitividade olímpicos, ou aquele que marcou o dia de Halloween.

Quatorze anos e muitas centenas de Doodles são a prova da vitória da Google face à ortodoxia do mercado. A página inicial do browser mais famoso da internet, de uma simplicidade extrema, é, no entanto, uma extraordinária plataforma de veiculação de informação. Somas astronómicas poderiam ser facturadas em publicidade, mas o objectivo não é receber, mas sim retribuir. Além de humanizar a empresa, estima-se que os Doodles acrescentem cerca de 15% ao valor da marca.


© Google™


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Recentemente foi criada a Doodle Store, a loja online onde podem ser adquiridos todos os tipos de produtos Doodle, de T-shirts a canecas, feitos por encomenda e a um preço acessível. Além disto, é agora possível um contacto ainda mais directo com o projecto através do endereço proposals@google.com, para onde podem ser enviadas ideias para um próximo Doodle. Experimente!

Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2012/11/os_google_doodles_uma_outra_dimensao_de_um_simples_esboco.html#ixzz2CtDW9uux

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