quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O Húmus do Homem Novo pelo escritor moçambicano Juvenal Bucuane


Não quero que vejas 
nem sintas 
a dor que me amargura; 

Não quero que vejas 
nem vertas 
as lágrimas do meu pranto. 

Deixa que eu chore 
as mágoas e as desilusões; 
deixa que eu deambule; 
deixa que eu pise 
a calidez do chão desta terra 
e o regue até com o meu suor;
 
deixa que me toste 
sob este sol inóspito 
que me dardeja o lombo sempre arqueado... 

Este penar 
é o resgate da esperança 
que em ti alço! 

Este penar 
é a certeza do amanhã que vislumbro 
na tua ainda incipiente idade! 

Não quero que vejas 
nem sintas 
o meu tormento 
ele é o húmus do Homem Novo.

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