Obra do grafiteiro e curador da exposição Airá Ocrespo é um dos trabalhos inéditos feitos para a mostra | Foto: Divulgação
Todos os trabalhos são inéditos, feitos para a exposição. Uma visão positiva sobre o processo de pacificação predomina na maioria deles, de acordo com Airá. Mas, entre os tons de esperança, também há os de alerta e de crítica. Wark, por exemplo, usou as cores como símbolos de necessidades da comunidade:
“O azul representa o saneamento básico, que ainda é precário. O vermelho lembra que, antes da pacificação, tivemos uma guerra. O preto e branco, no menino, simboliza um artista que está sem cor, pois não é visto. Ao lado dele, coloquei cinco linhas de caderno, vazias, usando o azul bebê. Nelas, vamos escrever uma nova história. Que história será essa?”, pergunta ele, que ensina grafite a jovens em seu ateliê montado na Rocinha.
Nascido em Guaraciaba do Norte, no Ceará, e morador da Ladeira dos Tabajaras há 20 anos, Leandro Tick admite que já foi pessimista em relação à ação policial. “Era tudo muito opressivo. O morador era visto como o cara mau, o bandido”, ele diz. A opinião mudou. Tanto que sua casa na árvore representa paz, segurança e harmonia.
“Costumo sempre grafitar barraquinho de madeira. Ele mostra que ali é um bom lugar para se viver, por mais modesto que seja. Espero que isso não seja momentâneo”
“Costumo sempre grafitar barraquinho de madeira. Ele mostra que ali é um bom lugar para se viver, por mais modesto que seja. Espero que isso não seja momentâneo”
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