© Museu de Arte Strongoli, COOP HIMMELB(L)AU.
Localizado no topo da Motta Grande, uma colina nos arredores da Calábria, Itália, o novo Museu de Arte Strongoli é o terceiro projecto Coop Himmelb(l)au em Itália. Inserido no programa de rehabilitação daquela cidade, o museu não será apenas um centro cultural mas um passo para o desenvolvimento futuro da Calábria como lugar de entretenimento cultural e de lazer, quando estiver concluído em 2018.
Para se compreender o conceito que deu origem ao projecto é preciso voltar uns séculos atrás no tempo, concretamente, até à escola de Filosofia de Aristóteles. A inspiração foi a ideia subjacente ao conhecido método aristotélico do "Seeing by Walking", segundo o qual a troca de ideias, os ensinamentos e pensamentos dos mestres da altura eram transmitidos não dentro da rigidez das quatro paredes da sala de aula mas à medida que professor e aluno passeavam ao ar livre. Acreditava-se que a mente era estimulada pelo movimentos do corpo. Aplicando ao edifício, a ideia foi criar um espaço fluído e contínuo por se entender que também a percepção é estimulada pelas mudanças da luz, do material e do ambiente enquanto nos movemos ao longo de uma sequência de espaços diferenciados. Parece que o que se pretende é desvalorizar o sujeito da visão, afastar a subjectividade humana, autonomizar os objectos e as suas circunstâncias para suscitar a sua interpretação fazendo eco dos estudos sobre o fetichismo visual de Freud.Afinal, as imagens, enquanto projecções mentais ou produções artísticas, são criações produzidas em certos contextos.
© Museu de Arte Strongoli, COOP HIMMELB(L)AU.
© Museu de Arte Strongoli, COOP HIMMELB(L)AU.
No exterior, a forma do edifício adquire um hibridismo pela fusão de três corpos: a estrutura em forma de cone, com a entrada do público, uma sala multifuncional, que abriga as exposições e um restaurante panorâmico com vista para o mar. Esta (con) fusão de formas quase que escultural, é revestida por uma estrutura concebida para aproveitar e transformar a energia do vento e do sol. O objectivo é projetar um edifício que gera mais energia do que aquela que o próprio edifício está a usar. A construção do telhado, de várias camadas, está projectada de modo a fornecer iluminação natural controlada nos espaços que receberão exposições. Uma camada de grelhas de ventilação controla, automaticamente, a quantidade e intensidade de luz que entra nesses mesmos espaços e uma camada de vidro fosco assegura que a luz é difundida. Escusado será dizer que este método de iluminação é altamente eficiente e sustentável. Além disto, geradores de produção combinada de calor e de energia alimentados a biomassa fornecem também o edifício. Esta solução tem vantagens não só ecológicas como também económicas em comparação com alternativas mais convencionais (nomeadamente, 60% menos emissões de CO2), mas também oferece uma grande vantagem em relação à segurança do fornecimento energético necessário para o funcionamento do edifício.
© HOM, COOP HIMMELB(L)AU.
© HOM, COOP HIMMELB(L)AU.
© HOM, COOP HIMMELB(L)AU.
© Igreja Martin Luther, Duccio_Malagamba.
© Igreja Martin Luther, Duccio_Malagamba.
© Igreja Martin Luther, Duccio_Malagamba
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