“Existia contudo, aos seus olhos [de Naphta, um jesuíta anticapitalista], uma exploração mais nefanda ainda: a do tempo, a monstruosidade de se fazer pagar um prêmio pelo simples transcurso do tempo, esse prêmio que são os juros, e de se abusar dessa forma, para vantagem de uns e para prejuízo de outros, de uma instituição divina e geral, o tempo.” Thomas Mann (A Montanha Mágica, pág. 549)
O tempo é um dos temas recorrentes nas artes há muito tempo (e também na literatura). Mas dois artistas se destacam atualmente por justamente tratar do passar do tempo com o uso de fotografia.
O primeiro é Darren Almond. Inglês, finalista do Turner Prize, expôs na Bienal de Veneza e tem obras no MoMa, Metropolitan e no Tate. Em sua série Fullmoon, ele retrata paisagens em noites de lua cheia, deixando o obturador da câmera aberto por 15 a 45 minutos. São imagens belíssimas.
Outro artista fantástico é Michael Wesely, alemão, e que deixa o obturador aberto por até 3 anos! Em uma só imagem ele consegue captar uma construção do seu início ao fim. Fez isso, por exemplo, com o prédio do MoMa na sua reforma.
Essas marcas no céu que se vê nas fotos de Wesely é o sol ao longo de meses se movimentando. Aliás, os artistas fotográficos alemães são os melhores do mundo pelo seu esmero técnico, principalmente os vindos da Dusseldorf School, como Andreas Gursky.
Wesely tem obras no MoMa e na Neue Nationalgalerie de Berlim.
E para terminar esse interessante vídeo de Mark Formanek que se passa em 24 horas. Veja 1 minuto dele.
Leia mais: http://lounge.obviousmag.org/olho_sobre_tela/2012/05/o-passar-do-tempo-como-tema.html#ixzz1uIQvP7cp
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