quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Frank Gehry :quando a arquitetura corre risco


Para o arquiteto canadense Frank Gehry, radicado em Los Angeles, a geometria é instrumento de complicação. A sua capacidade de manipular as formas valeu-lhe o prêmio Pritzker, em 1989.
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Guggenheim Bilbao (foto de: Izabela Americano)
Quando se pensa em arquitetura desconstrutivista, é quase inevitável utilizar como ilustração alguma das obras de Frank Gehry. Ele demonstra em seus trabalhos oposição à racionalidade ordenada do modernismo. Esqueçam o "menos é mais": isso o que menos se vê em seus edifícios. 
A geometria é, para Gehry, instrumento de complicação. Através da manipulação das linhas e planos, ele esculpe a complexidade formal. E foi essa capacidade de manipular as formas que lhe rendeu o prêmio Pritzker, em 1989, além de diversos outros prêmios dos mais importantes que podem ser concedidos a um arquiteto.
Mas a obra que disseminou a fama de Gehry foi o Museu Guggenheim em Bilbao, no território basco, norte da Espanha, finalizado em 1997. O edifício, quase que inteiramente revestido de titânio, com contornos completamente inéditos e inusitados, atraiu os olhares de todo o mundo. Essa obra arquitetônica, sozinha, foi responsável por transformar a cidade, que era antes pouco conhecida, em ponto de paragem para milhões de turistas.
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Ao longo das duas últimas décadas, diversas foram as obras projetadas por Frank Gehry que demonstram o caos controlado em formas imprevisíveis.
Uma delas é o Der Neue Zollhof, em Düsseldorf, Alemanha. O conjunto de três edifícios de escritórios, com formas semelhantes e revestimentos diferentes, fica localizado na beira do rio Reno, na zona portuária da cidade. A área construída dos três edifícios soma um total de 28 mil metros quadrados. A obra de Gehry faz parte de um conjunto de projetos que revitalizaram a região.
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Der Neue Zollhof (foto de: Izabela Americano)
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Der Neue Zollhof (foto de: Izabela Americano)
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Der Neue Zollhof (foto de: Izabela Americano)

Em Herford, Alemanha, Gehry projetou Marta, um edifício de 8 mil metros quadrados de área construída, que aloja atividades diversas - entre elas, um museu e um café. A obra foi realizada com tijolos típicos da região.
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Marta (foto de: Izabela Americano)
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Marta (foto de: Izabela Americano)
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Marta (foto de: Izabela Americano)
Em Berlim, assinou o DG Bank Headquarters, cujo átrio central abriga uma enorme escultura de aço e madeira que parece flutuar sob a cobertura de vidro.
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DG Bank 03 (foto de: Izabela Americano)
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DG Bank 03 (foto de: Izabela Americano)
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DG Bank 03 (foto de: Izabela Americano)
A popularidade de Frank Gehry foi atestada pela sua aparição no seriado Os Simpsons, no episódio em que Marge Simpson escreve uma carta ao arquiteto solicitando que vá a Springfield projetar uma casa de concertos. Ele amassa a carta e joga no chão. Quando olha para o papel amassado, visualiza os contornos do edifício em Springfield, e faz o projeto inspirado nessa forma inusitada.

Os métodos de trabalho e a vida do arquiteto foram registrados em um documentário chamado Esboços de Frank Gehry. A película foi filmada, a pedido dele mesmo, por seu amigo, o famoso cineasta Sydney Pollack. O filme mostra interessantes cenas do processo criativo de Gehry, como discussões com a equipe e intervenções sobre maquetes, como se estivessem esculpindo as formas até atingir o objetivo.

São registros que revelam uma personalidade dinâmica, questionadora e encantadora. Uma nova forma de enxergar a arquitetura, bem descrita por Gehry em seu discurso de recebimento do prêmio Pritzker: “Arquitetura é um pequeno pedaço da equação humana, mas aqueles de nós que a praticam acreditamo no seu potencial para fazer a diferença, para iluminar e enriquecer a experiência humana, para penetrar as barreiras da incompreensão e fornecer um contexto bonito para o drama da vida."
Frank Gehry acredita no papel da emoção. O objetivo de seus projetos é intrigar espectador, e para isso rompeu com a arquitetura tradicional, neutra. Conquistou a admiração de muitos, e a crítica de outros. Mas, como um bom artista, correu o risco.


Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2011/08/frank_gehry_quando_a_arquitetura_corre_riscos.html#ixzz1VzEpSYXv

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