Projeto que cria agência de segurança
para escolas está parado no Senado
Um projeto de lei criado em maio de 2008 e parado no Senado há um ano e meio prevê a criação de uma agência de segurança escolar. Travado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) à espera da definição de um relator, o texto está na comissão desde agosto de 2009.
O papel da agência proposta, apresentado pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), seria o de "fiscalizar, cobrar e coordenar o trabalho de segurança" das polícias estaduais com as secretarias de Educação. Também estariam envolvidos diretores e professores, segundo o projeto de lei, que está na Comissão de Constituição e Justiça.
A ideia é que os policiais tenham formação específica para atuar nas escolas e que haja troca de informações sobre segurança entre as instituições de ensino, afirma o senador. Ele prevê que a agência fique sob a tutela do MEC (Ministério da Educação).
- Um órgão desses poderia prevenir a violência e acionar a polícia imediatamente, num caso como esse [o jovem Wellington de Oliveira, de 24 anos matou pelo menos 11 alunos da escola municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro].
A segurança é uma das principais preocupações dos pais na hora de matricular o filho em uma escola, seja pública ou particular, segundo pesquisas recentes.
Escolher a escola
Buarque diz que Wellington pode ter escolhido a escola como alvo por vários fatores, inclusive o possível bullying que o jovem sofreu na infância, enquanto era estudante. O bullying, segundo o senador, tem a ver com segurança escolar e é um assunto que deve ser tratado no âmbito da educação.
- Quando colocamos toda a segurança na mão da polícia, perdemos a guerra contra a violência. Veja o caso das escolas nos Estados Unidos, em que também houve massacre. A maioria dos casos tiveram relação com violência escolar, com bullying.
Nesse caso, o melhor é aproximar a escola dos alunos, abri-la para a comunidade, buscar integrar as famílias, afirma o parlamentar. A polícia, diz ele, "não resolve e é último recurso nesses casos".
Diretor do colégio Vértice, o melhor do país pelo ranking do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), Adilson Garcia afirma que a entrada do assassino na escola do Rio de Janeiro pode ter sido facilitada pelo tamanho da instituição - cerca de 1.000 alunos estudam no colégio Tasso da Silveira, localizado no Realengo.
- A violência está instalada em todos os segmentos da sociedade, e o que houve no Rio foi uma tragédia. Acredito que ex-alunos não deveriam ter acesso de entrada tão facilitado, deveria haver alguma forma de controle maior.
Fonte: R7
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