A sexta edição do ato PALHACEATA pretende “convidar a população a pensar sobre como tudo na vida é risível”, explicou um dos organizadores Carlos Biaggioli. Ele defende que o humor seja “pensado sistematicamente” devido a sua importância social. “A pessoa que se leva demais a sério é propensa ao câncer, a crimes de diversos níveis, a atitudes ditatoriais e anti-humanas”, provoca. “Pode parecer bobagem, mas no fundo, no fundo, é bobagem”, brinca.
Enquanto distribui narizes vermelhos Biaggioli aproveita para refletir sobre a evolução da arte de ser palhaço. Segundo o artista, atualmente a categoria “habita um vão entre o teatro e o circo”.
Nessa relação, alguns se identificam mais com o palco, outros com o picadeiro. Mas existem ainda aqueles que se descolaram desses espaços e fazem uma forma de arte voltada para as ruas. “É uma relação quase de intervenção performática de momento presente, onde ele se relaciona com o transeunte e cria a determinada situação cênica cômica a quatro mãos”.
Mas todos esses tipos de palhaços possuem, de acordo com Biaggioli, o mesmo objetivo, impulsionar a sociedade para refletir sobre suas falhas de maneira leve. “O erro, o atrapalhamento, a inadequação, essa é a força que o palhaço tem. E mostra aí toda a humanidade do ser humano”, explica.
Fomentando a reflexão, os artistas pretendem, na opinião de Biaggioli, serem agentes de mudança. “Tudo que estagna apodrece”, conclui.
Idealizada pela dramaturga Ana Vitória Vieira Monteiro e pelas atrizes Leona Cavalli e Ciléia Biaggiolia, a Palhaceata acontece neste ano simultaneamente em Manaus (AM), Juazeiro do Norte (CE), Lavras (MG) e Itumirim (MG).
Com Agência Brasil
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