quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Belas Artes fecha suas portas no dia 24. Lamentamos por isto...

...O Belas Artes vai fechar. Responsável por administrar o cinema, André Sturm confirmou na tarde desta quarta-feira (16) que a tradicional sala de São Paulo se despede no próximo dia 24. Segundo ele, o proprietário do prédio, Flávio Maluf, não aceitou uma nova oferta de aluguel – cerca de R$ 1 milhão anuais – e as negociações foram encerradas.
"Nós fizemos uma proposta financeira maior, mas não há interesse nenhum do proprietário. É muito triste", comentou Sturm, que havia recebido a resposta de seu advogado fazia menos de uma hora.
O fechamento veio a público no início de janeiro. O dono do imóvel havia decidido não renovar o contrato do cinema para dar lugar a uma loja. A notícia mobilizou multidões na internet e cinéfilos se mobilizaram para evitar o pior – foram realizadas passeatas e abaixo-assinados virtuais.
A causa ganhou adeptos famosos como o ex-governador José Serra, o prefeito Gilberto Kassab e os secretários estadual e municipal de Cultura, Andrea Matarazzo e Carlos Augusto Calil. Em 18 de janeiro, a esperança veio na forma de um parecer do Conpresp, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, que aprovou em caráter de urgência a análise de tombamento do prédio que abriga o Belas Artes. O processo tem previsão de durar 90 dias e, nesse meio tempo, a fachada do imóvel não pode ser alterada.
A novidade, no entanto, não comoveu o proprietário, que permaneceu firme na decisão de não renovar o contrato. Segundo Sturm, se o tombamento for aprovado, provavelmente o prédio não poderá abrigar nada que não seja um cinema. "Ele mesmo (Maluf) pode fazer, ou simplesmente deixar fechado. Aí talvez ele me ligue e possamos conversar de forma civilizada."
Fundado em 1943, o Belas Artes tornou-se, a partir de 1967, referência de cinema de arte na cidade de São Paulo. Por exibir obras de cineastas consagrados numa programação diversificada, foi ponto de encontro da cena cultural da época e celeiro de ideias para toda uma geração de realizadores, em especial do chamado cinema marginal. Desde 2003, a sala está a cargo dos sócios Pandora e O2 Filmes.
Bastante chateado, o administrador do cinema, que antes pretendia abrir uma sala em outro lugar, diz que vai esperar o resultado do tombamento para pensar no futuro. Um evento especial no último dia do Belas Artes não está descartado. "A gente com certeza quer fazer algo especial para agradecer toda essa atenção", afirma Sturm.
Fonte: www.ig.com.br

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