sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Machado de Assis é mesmo realista? (II) - por Gustavo Bernardo


Na coluna anterior, critiquei a atribuição insistente de "realista" à obra de Machado de Assis apesar de muitas análises que demonstram o contrário, apesar de metáforas óbvias contra o realismo na ficção do próprio escritor, como a do doutor Simão Bacamarte em "O Alienista", e, principalmente, apesar dos ataques explícitos de Machado ao realismo, como aquele em que ele diz que "a realidade é boa, o realismo é que não presta para nada".
Mas por que semelhante insistência? Talvez porque o nível de semelhança com a realidade permaneça sendo o critério fundamental para julgar a obra de arte. Perguntado à queima-roupa por que achou tal ou qual romance bom, o leitor médio responderá ou "ora, porque tem tudo a ver com a realidade" ou "ora, porque tem tudo a ver comigo".
O problema desse critério é que ele é externo à obra literária. Se uma das duas respostas está certa, o livro é ruim, ou seja: não é de ficção. Um texto ficcional parte da realidade, sim, mas para negá-la e criar uma outra realidade. A ficção desconfia por princípio do que se entende por realidade, caso contrário não seria ficção.
Da mesma maneira, um romance não pode ter "tudo a ver" com determinado leitor, como se o escritor estivesse pensando apenas nesse leitor enquanto escrevia a sua história. Assim como o torcedor de futebol se identifica com o artilheiro do campeonato porque gostaria de ser como ele (mas não é de modo algum, ou então não ficaria apenas na arquibancada), o leitor de ficção se identifica com o protagonista de um romance, tanto faz se herói ou vilão, porque gostaria de viver intensamente o que ele parece estar vivendo (embora muito provavelmente não esteja, já que a vidinha de cada um de nós costuma ser bem menos intensa do que a dos nossos heróis de papel).
Falo aqui da "catarse", um dos conceitos mais importantes do estudo de literatura. Como nossa sensação de identidade pessoal é difusa – tanto que gaguejamos se de repente nos perguntam "quem é você" – e como o personagem ficcional tem normalmente uma identidade forte, de bom grado tomamos emprestada a identidade do personagem que nos comove. Dizendo de outra maneira: a catarse não implica uma identificação do tipo "oh, estou me vendo no espelho das palavras", mas sim uma identificação de outro tipo, pela qual pego emprestada a invenção do escritor para inventar a mim mesmo como uma pessoa diferente, quem sabe melhor – pelo menos mais viva!
É como se saíssemos do caminho para nos encontrarmos a nós mesmos depois da leitura. A bela "aniquilação temporária do ser" é condição da melhor leitura, como lembra o escritor C. S. Lewis, autor das "Crônicas de Nárnia", em um trecho que merece ser citado:
"O homem que se contenta em ser apenas ele mesmo e, portanto, ser menos, vive numa prisão. Meus próprios olhos não são suficientes para mim, verei por meio dos olhos de outros. A realidade, mesmo vista por meio dos olhos de muitos, não é suficiente. Verei o que outros inventaram. Até mesmo os olhos de toda a humanidade não são o bastante. Lamento que os animais não possam escrever livros. Ficaria contente em saber que face têm as coisas para os olhos de um rato ou de uma abelha. Ainda mais contente ficaria em perceber o mundo olfativo, impregnado com todas as informações e emoções que contém para um cão. A experiência literária cura a ferida da individualidade sem arruinar seu privilégio. Há emoções de massa que também curam a ferida, mas destroem o privilégio. Nelas, nossos seres isolados fundem-se entre si e afundamos de volta à subindividualidade. Mas, lendo a grande literatura, torno-me mil homens e ainda permaneço eu mesmo. Como o céu noturno no poema grego, vejo com uma miríade de olhos, mas ainda assim sou eu quem vê."
Por isso, Machado de Assis dizia que "o realismo não presta para nada", se ele sobrepõe à vida um ideal estático com o qual a vida mesma não concorda. Explica-se desse modo o pessimismo intrínseco ao realismo, como reconhecem os próprios manuais didáticos. É fácil identificar esse pessimismo na linguagem cotidiana: quando dizemos para Fulano ser "mais realista", na verdade queremos lhe mostrar o que há de mau na realidade à volta e nas pessoas que o cercam (certamente com a única exceção da nossa pessoa, aquela que lhe está abrindo os olhos). Esse pessimismo equivale ao que os políticos chamam ora de "realismo" ora de "pragmatismo" (e que podemos muito bem chamar de "cinismo").
Por isso, Machado de Assis não disse apenas que o realismo não presta, ele disse também que "a realidade é boa", desse modo recusando o pessimismo de que o acusaram tantos. Não por acaso suas últimas palavras, ao morrer com quase 70 anos de idade, foram: "a vida é boa". Enquanto viveu, não se conformou com a tal da realidade, mas também não ficou reclamando pelos cantos nem fazendo denúncias pretensamente indignadas como se fosse o dono da verdade – como se fosse um típico realista que acha que só ele enxerga a vida como ela é.
Ao contrário: porque não se conformou com a realidade, procurou mexer nela com a sua ficção, procurou lhe dar a sua forma, ao mesmo tempo irônica e sábia. Ao morrer, então, reafirmou a vida como aquilo que fazemos dela. Como não se contentou em ser apenas ele mesmo, apenas Joaquim Maria, o mulato gago e epiléptico que nasceu e escreveu no país em que certos homens escravizavam outros homens por conta da cor da sua pele, tornou-se "Machado de Assis", o maior escritor brasileiro – na minha opinião, o maior escritor do Ocidente.

Machado de Assis é mesmo realista? (I) - por Gustavo Bernardo

Gustavo Bernardo é Doutor em Literatura Comparada, Professor Associado de Teoria da Literatura no Instituto de Letras da UERJ e pesquisador do CNPq. Publicou doze ensaios, entre eles “A Educação pelo Argumento” e “O Livro da Metaficção”, e onze romances, entre eles “A filha do escritor” e “Nanook”. Publicou, pela editora Rocco, o livro “Conversas com um professor de literatura”, contendo 50 crônicas desta Revista Eletrônica do Vestibular da UERJ. Seu ensaio “A ficção de Deus”, publicado pela Annablume, acaba de receber o Prêmio da Biblioteca Nacional para o Melhor Ensaio Literário de 2015. Edita o site www.gustavobernardo.com, sobre as suas obras.


O aluno tem essa dúvida quando lê que o marco da fundação do realismo no Brasil se deu em 1881, quando se publicaram "O mulato", de Aluísio de Azevedo, e "Memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis. A informação aparece em muitos manuais didáticos.
O romance de Aluísio de Azevedo de fato se encaixa bem no formato realista. Mas, sabendo que o personagem Brás Cubas escreveu as suas memórias depois de morto e que no século XIX não havia evidências de vida depois da morte (como não as há até hoje, aliás), o jovem leitor se pergunta: como pode ser realista um livro que se chama "Memórias póstumas"?
A pergunta do aluno é inteligente. A obra de Machado nos oferece várias ocasiões para duvidar do realismo que lhe imputam, como a personagem do doutor Simão Bacamarte, o protagonista de "O alienista": ele é o cientista que se vê sempre prestes a revelar a verdade verdadeira aos incautos e não arreda desta auto-ilusão nem mesmo quando encontra tão-somente o seu próprio erro, mostrando-se então a caricatura do realista de carteirinha, daquele que quer nos mostrar “a vida como ela é”.
Não contente em atacar a concepção realista com seus personagens e metáforas, Machado de Assis a combateu explícita e frontalmente em vários textos críticos.
Na dura crítica que fez a "O primo Basílio", romance de Eça de Queiroz, o escritor brasileiro afirmou categoricamente: “voltemos os olhos para a realidade, mas excluamos o realismo; assim não sacrificaremos a verdade estética”. Machado ordenou a exclusão do realismo do campo da arte para não sacrificar a verdade estética, isto é, aquela verdade que não esconde do leitor que inventa realidades de papel.
No ensaio “A Nova Geração”, Machado de Assis afirmou, de maneira mais categórica ainda: “a realidade é boa, o realismo é que não presta para nada”. Creio que ele não podia ser mais claro. Segundo o autor, o realismo “não presta para nada” porque sobrepõe à vida um ideal com o qual a vida mesma não concorda.
O realismo quer dobrar a vida à sua perspectiva, mas com isso termina por recusá-la e não por afirmá-la. O realismo quer descrever a vida como ela é, mas faz apenas uma “reprodução fotográfica e servil das cousas mínimas e ignóbeis” para as tratar com uma “exação de inventário”, ou seja, para as dispor em gavetas uniformes como se cada acontecimento se reduzisse à dimensão de todos os outros.
Por isso, Machado não perde a chance de reduzir o realismo a uma ironia divertida: “porque a nova poética é isto e só chegará à perfeição no dia em que nos disser o número exato dos fios de que se compõe um lenço de cambraia ou um esfregão de cozinha”.

Mas por que, se o próprio Machado de Assis reduziu o realismo a pó de traque, há tantos que ainda insistem em considerá-lo realista?

Um pouco de História, com Rainer Gonçalves Sousa em Segundo Reinado


O conflito entre Dom Pedro II e a Igreja enfraqueceu os sustentáculos do regime imperial.

Ao longo do tempo, a Igreja e o Império Português consolidaram relações próximas nas esferas políticas e religiosas. No espaço colonial, membros da Igreja ocupavam posição de destaque auxiliando na administração e no regulamento dos costumes. Em contrapartida, o próprio Vaticano emitira, no século XVI, uma autorização para que os reis ibéricos pudessem tratar do ordenamento da Igreja nas regiões ultramares pelo chamado padroado régio.

Por meio desse sistema, o imperador acumulava as funções de nomear e sustentar os membros do clero nos espaços coloniais. Além disso, todas as bulas e encíclicas papais só teriam validade mediante a aprovação prévia do rei. No Brasil, mesmo com o estabelecimento da independência, esse modelo das relações entre Estado e Igreja acabou sendo preservado pelos apontamentos da Constituição de 1824.


Durante o Segundo Reinado, o sistema de padroado instaurou uma grave crise entre Dom Pedro II e os clérigos católicos brasileiros. Tudo começou em 1864, quando o papa Pio IX enviou uma bula que determinava, entre outras coisas, que todos os católicos envolvidos com a prática da maçonaria fossem imediatamente excomungados da Igreja. O anúncio acabou atingindo diretamente Dom Pedro II, que integrava os quadros da instituição censurada.

Valendo-se dos poderes garantidos pelo sistema de padroado, o imperador brasileiro formulou um decreto em que não reconhecia o valor da ordem dada pela Santa Sé. Inicialmente, a ação de D. Pedro II não teve maiores repercussões, tendo em vista que a maioria dos clérigos brasileiros apoiava incondicionalmente o regime monárquico. Entretanto, os bispos de Olinda e Belém preferiram acatar a orientação de Pio IX, promovendo a expulsão dos párocos envolvidos com a maçonaria.

Inconformado com a insubordinação destes bispos, o imperador reagiu com a condenação dos mesmos à reclusão e prestação de trabalhos forçados. Imediatamente, os membros da Igreja passaram a atacar o regime imperial dizendo que D. Pedro II cometera um ato de extremo rigor e autoritarismo. Mesmo anulando a decisão posteriormente, o governo imperial perdeu uma fundamental e influente base de apoio político ao regime.


Por Rainer Sousa
Mestre em História

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

“Eu segurei muitas coisas em minhas mãos, e eu perdi tudo; mas tudo que eu coloquei nas mãos de Deus eu ainda possuo.”




“Eu segurei muitas coisas em minhas mãos,
 e eu perdi tudo; 
mas tudo que eu coloquei nas mãos de Deus eu ainda possuo.” 

― Martin Luther King Jr.

PERSEVERANÇA POR ANA JÁCOMO


Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho, descubro que ela retorna vazia. Não há como não me entristecer e não há como desistir. Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena. O coração respingado, arrumo, como posso, os meus sentimentos. Passo a limpo os meus sonhos. Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move. Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.

Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, sou corajosa o bastante pra não me acostumar com essa ideia. Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria caprichado tanto nos detalhes, intuo. Perseverança não é somente acreditar na própria rede. Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.

Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar. E eu estarei lá na beira da praia, de novo.



© ANA CLÁUDIA SALDANHA JÁCOMO
In Cheiro de flor quando ri 1
(publicado em 6 de Fevereiro de 2010)

"A incrível história das artesãs de Várzea Queimada que reinventam a palha"


No povoado com um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano do Brasil e onde a chuva é escassa, a Associação das Artesãs de Várzea Queimada cria lindos objetos usando a palha de Carnaúba.

Encantada!

Interpretação de Textos: Charges e Quadrinhos - Questões de Vestibulares

1. (Unifesp 2017)  Examine a tira do cartunista argentino Quino.

As frases citadas pela personagem Mafalda no início de sua fala foram extraídas de
a) um anúncio publicitário.   
b) um livro sobre culinária.   
c) uma peça de teatro.   
d) uma cartilha escolar.   
e) um guia turístico.   

2. (Cp2 2017) Cineclube em SP realiza feira de trocas mensalmente
1No último domingo (7), a associação Cineclube Socioambiental Crisantempo, localizada na Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo, realizou uma feira em que os moradores puderam trocar objetos entre si. 2A iniciativa busca incentivar o consumo 3consciente e levar para o espaço o conceito de economia solidária.
4A feira de trocas acontece uma vez por mês, sempre aos domingos. O grupo aconselha levar livros, roupas, CDs, DVDs, aparelhos eletrônicos, brinquedos, objetos de decoração, objetos em geral que estejam em bom estado.
Segundo os organizadores, o objetivo é “promover um espaço de reflexão sobre o consumo, trocar diversos tipos de objetos, saberes e sabores”. Por isso, também podem ser levados alimentos e plantas, além de “serviços e saberes”. Tudo para a troca de ideias e divulgação de utilidades.
O evento funciona da seguinte maneira: 5cada um coloca seus bens num local e utiliza uma etiqueta com seu nome. Após a organização dos espaços pessoais, os participantes circulam para conhecer os espaços dos outros e 6num determinado momento (ao tocar do sino) começam as trocas.
7O espaço também promove o desapego através da doação. Há uma área destinada apenas para doar objetos às instituições que necessitam. Para finalizar, acontece um lanche 8compartilhado com alimentos levados pelos próprios participantes. 9Uma 10experiência colaborativa agradável, que questiona o 11individualismo imposto nas grandes cidades. 
Fonte: http://cicIovivo.com.br/noticia/cinecIube-em-sp-realiza-feira­-de-trocas-mensaImente/. Acesso em 03/10/2016.
Assinale a alternativa que relaciona corretamente a reflexão provocada pela tirinha e pelo texto.
a) Em ambos os textos, as pessoas promovem um mundo mais harmônico e menos consumista.   
b) Em ambos os textos, não há promoção de um mundo mais harmônico e com consumo consciente.  
c) No texto Cineclube em SP realiza feira de trocas mensalmente, há a vontade de se ter um mundo mais harmônico e menos consumista, o que não acontece na tirinha.   
d) No texto Cineclube em SP realiza feira de trocas mensalmente, foram tomadas iniciativas para amenizar o modelo do consumo desenfreado no mundo, o que não acontece na tirinha.   
  
3. (Eear 2017)  Leia: 
Marque a opção que apresenta correta interpretação da tirinha da Mafalda, personagem presente no último quadrinho, de autoria do cartunista argentino Quino, em que Felipe, no primeiro quadrinho, mostra-se pensativo com a possibilidade de participar do serviço militar.
a) O menino, receoso do que poderá enfrentar no quartel, imagina situações complicadas a que se submeterá e reage com a chegada de seu herói, de modo que seus gritos foram escutados por Mafalda.   
b) O jovem menino, com medo do que o quartel lhe reserva, cria situações mentais em que, fatalmente, não consegue êxito, conforme expresso no último quadrinho.   
c) A possibilidade de poder contar com a presença física de seu herói no quartel retira, desde o início, todo medo e ansiedade do jovem que deseja servir às Forças Armadas de seu país.   
d) Embora com desejo de servir às Forças Armadas, a presença de Mafalda, no último quadrinho, reforça a ideia de que as mulheres não concordam com o fato de o serviço militar obrigatório ser exclusivo para homens.   
  
4. (Ifsc 2017)  Texto 1
Texto 2
Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra.
Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo. 
Fragmento da Carta do Cacique americano ao Presidente dos Estados Unidos da América em 1855. Disponível em: . Acesso em: 19 ago. 2016.
Considerando os textos 1 e 2 , assinale a alternativa CORRETA.
a) Os dois textos falam sobre doenças sanguíneas que atualmente afetam as pessoas de uma mesma família.   
b) Ambos os textos têm como tema a necessidade de cuidarmos do nosso Planeta.   
c) Os dois textos têm como tema central as belezas naturais.   
d) Os dois textos destacam os cuidados que o homem demonstra ter com a natureza.   
e) Em ambos os textos, o Presidente dos Estados Unidos é criticado por suas atitudes contra a preservação do planeta.   
  
5. (Upe-ssa 2 2017) 
A propósito do texto acima e de seus recursos multimodais, analise as proposições a seguir.
I. Ao encobrir parte da cena, o primeiro quadrinho cria certa expectativa sobre quem é o interlocutor de Mônica, o que só é mostrado no segundo quadrinho.
II. No segundo quadrinho, a identidade da mulher (uma bruxa) é apresentada principalmente por meio de recursos não verbais.
III. Os traços em forma de semicírculo e ‘a poeira’ em movimento em torno da vassoura indicam que esse objeto está ‘ligado’, é autônomo para se movimentar e, portanto, deve pertencer a uma bruxa.
IV. O humor da tira tem relação com o fato de Mônica interrogar a bruxa com muita seriedade, à procura de evidências de que ela é a dona da vassoura.
Estão CORRETAS:
a) I e III, apenas.   
b) I, II e III, apenas.   
c) I e IV, apenas.   
d) II e IV, apenas.   
e) I, II, III e IV.   

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Maya Angelou: “Ainda assim eu me levanto”


Maya Angelou, figura extraordinária das letras norte-americanas, foi porta-voz dos anseios e da revolta dos negros. Amiga de Martin Luther King e de Malcolm X, a vida inteira dedicou-se à militância pelos direitos civis de seu povo. Nascendo em Saint Louis – Missouri, partindo de uma infância miserável e cheia de tropços no Sul profundo, educou-se, para consagrar-se a duas causas: a seu povo e à poesia. Viajou pelo país fazendo campanhas onde fosse necessário; posteriormente percorreria também a África, sempre denunciando a injustiça. Artista polivalente, fez teatro, cinema, televisão, dança. Autora de livros de memórias e assessora de presidentes, soube  de seus poemas, verdadeira declaração de princípios que serve como hino de guerra da resistência à opressão e é recitado por toda parte em ocasiões públicas. Desafio ao opressor, reitera o refrão “Eu me levanto”, trazendo para o poema as conotações, que também se encontram nos substantivos sublevação e levante, do ímpeto ascensional do oprimido desvencilhando-se de seu jugo. 
A partir do momento em que foi publicado em 1978, “Still I Rise (Ainda assim eu me levanto)” tem sido um dos poemas mais amados e influentes de Maya Angelou. Ele inspirou figuras tão diversas como Bill Clinton e Tupac Shakur e se tornou um marco no cânone da poesia americana. A franqueza e sinceridade da Drª. Angelou afirmam o poder da força individual sobre a história coletiva, bem como o poder das vidas individuais para moldar nosso futuro compartilhado. Observe, leia e ouça esse maravilhoso poema que é um hino à resiliência e à dignidade.
Ainda assim eu me levanto
Você pode me riscar da História
Com mentiras lançadas ao ar.
Pode me jogar contra o chão de terra,
Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar.
Minha presença o incomoda?
Por que meu brilho o intimida?
Porque eu caminho como quem possui
Riquezas dignas do grego Midas.
Como a lua e como o sol no céu,
Com a certeza da onda no mar,
Como a esperança emergindo na desgraça,
Assim eu vou me levantar.
Você não queria me ver quebrada?
Cabeça curvada e olhos para o chão?
Ombros caídos como as lágrimas,
Minh’alma enfraquecida pela solidão?
Meu orgulho o ofende?
Tenho certeza que sim
Porque eu rio como quem possui
Ouros escondidos em mim.
Pode me atirar palavras afiadas,
Dilacerar-me com seu olhar,
Você pode me matar em nome do ódio,
Mas ainda assim, como o ar, eu vou me levantar.
Minha sensualidade incomoda?
Será que você se pergunta
Porquê eu danço como se tivesse
Um diamante onde as coxas se juntam?
Da favela, da humilhação imposta pela cor
Eu me levanto
De um passado enraizado na dor
Eu me levanto
Sou um oceano negro, profundo na fé,
Crescendo e expandindo-se como a maré.
Deixando para trás noites de terror e atrocidade
Eu me levanto
Em direção a um novo dia de intensa claridade
Eu me levanto
Trazendo comigo o dom de meus antepassados,
Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado.
E assim, eu me levanto
Eu me levanto
Eu me levanto.
https://www.pensarcontemporaneo.com/maya-angelou-ainda-assim-eu-me-levanto/

“Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido” – afirmou Rubem Alves


“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!” e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente… E ficando mais rico interiormente ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela qual vivemos.

Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociologia da Educação, Filosofia da Educação… Mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à Educação do Olhar. Ou à importância do olhar na educação, em qualquer um deles.

A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo… Os olhos tem de ser educados para que nossa alegria aumente.


A educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades.
Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.

Quero ensinar às crianças. Elas ainda tem olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal.
Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não veem.

Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore… Ou para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam.


As palavras só tem sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mundo aparece refletido dentro da gente. São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não tem saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança, jamais será sábio.”

Rubem Alves (15-09-1933 a 19-07-2014) Foi psicanalista, educador, filósofo, teólogo e escritor brasileiro.

Texto da revista Pazes.

“Em um relacionamento amoroso com a língua portuguesa”: conheça o livro de Sônia Theodoro


Sonia Theodoro é uma professora que sempre amou trabalhar poesia com seus alunos e que participa do grupo de poetas da “SOLL”, Sociedade Literária Limeirense, no Centro do Professorado de Limeira. Em abril de 2016, ela realizou um de seus grandes sonhos: lançou o livro “Cores Vivas”.

Satisfeita com a forma com que o primeiro livro fora recebido, resolve presentear-nos com uma nova obra: Em um Relacionamento Amoroso com a Língua Portuguesa.

Na apresentação no livro, a autora registra que “o objetivo deste trabalho é oferecer mais opções para que o professor, em sala de aula, encontre diferentes maneiras para motivar, despertar e facilitar a aprendizagem de seus alunos".

O livro tem sido festejado por professores e alunos. Os poemas trazem, implicitamente, regras gramaticais, tornando fácil e lúdica a assimilação das normas.

Abaixo, trouxemos dois de seus poemas que bem exemplificam o que dissemos:


hiato

As letras precisam
Ficar separadas.
Por exemplo, o ci-ú-me
Sem controle
Destrói a sa-ú-de
Do amor.



Psiu! Pare de bater.
Ai! Quanta dor! Fora! Isso não é vida!
Poxa! Estou sem saída.
Nossa! O tempo passou.
Ueba! É o Amor voltando…
Ah! Somente alegria.
Oxalá! Pudéssemos escolher
as interjeições
da vida.



Recomendamos a leitura! Tenhamos, cada um de nós, um relacionamento sério com a língua pátria!

Fonte: Revista Pazes

Meryl Streep, 15 reflexões de uma grande mulher





Matéria traduzida de Nos Pensées

Meryl Streep é uma excelente atriz, mas acima de tudo demonstrou ser uma mulher admirável, colhendo sucesso e atraindo fãs pelo mundo todo. Falamos de uma mulher enigmática, com temperamento e caráter que se tornou uma lacuna insubstituível no coração de Hollywood e seus seguidores.

Ela é feita de si mesma, não à imagem e semelhança do que se espera de uma mulher na indústria cinematográfica. Sua autenticidade, sua sabedoria e sensibilidade dão a ela uma incomparável prontidão na interpretação, que são os aspectos que mais se destacam em Meryl Streep.


Os prêmios e reconhecimentos obtidos por suas performances e sua carreira são numerosos. Streep tem vinte e uma indicações para o Oscar, tornando-se a mulher mais indicada para esses prêmios; ela foi consagrada por seus papéis em Kramer vs. Kramer, A Decisão de Sophie e em A Dama de Ferro.

Ela recebeu trinta ou mais indicações ao Globo de Ouro, das quais ganhou oito. Além disso, recebeu o Prêmio Cecil B. DeMille em 2017 para homenagear toda a sua carreira. Ela ainda obteve outros reconhecimentos importantes: três Emmys, dois prêmios do Sindicato de Atores, dois BAFTA e um prêmio no Festival de Cannes. Como podemos ver, seu registro profissional é impressionante.

Pouco sabemos de sua vida privada desde que ela se casou com seu atual marido. Um fato a ser observado, levando em conta que se move em um ambiente onde a imprensa tabloide tem um poder muito grande, capaz de levantar ou arrastar as pessoas sem vacilar em busca de controvérsias.


Sabemos que Meryl Streep amava profundamente John Cazale, que morreu de câncer em 1978. Sabemos que ela o acompanhava a cada momento e que essa união era encorajadora e admirável para aqueles que a seguiam.

Após um longo e doloroso luto, Don Gummer entrou em sua vida para se tornar seu segundo e último grande amor. Meryl Streep sempre disse que ela ainda não havia superado a perda de Cazale, mas que Gummer havia lhe ensinado que a vida continua e que esse caminho para explorar também pode ser maravilhoso. À sua maneira.

15 reflexões de Meryl Streep
• Sua crítica a Donald Trump ou sua defesa dos direitos das mulheres nos mostra uma pessoa envolvida no que está acontecendo em todo o mundo. Suas declarações são cheias de sensibilidade, mas também de sabedoria. Seu olhar vital é transcendental e coerente, de modo que suas reflexões deixam um poço de riqueza para aqueles que as ouvem. Vamos rever algumas delas:

• Que ninguém tire de mim as rugas da minha testa, obtidas com espanto diante da beleza da vida; ou as da minha boca, que mostram o quanto eu ri e quanto beijei; nem os círculos escuros dos meus olhos: neles está a lembrança de quanto eu chorei. Eles são meus e são lindos.


• “Eu acho que você encontra seu próprio caminho. Você tem suas próprias regras. Você tem o seu próprio entendimento de si mesmo, e é com isso que você irá contar. No fim, é o que parece certo para você. Não o que sua mãe te disse. Não o que alguma atriz te disse. Não o que ninguém disse a você, além daquela vozinha interna.”.

• “Decidi não viver com pretensão, hipocrisia, superficialidade, desonestidade e elogios baratos. Eu não posso tolerar erudição seletiva e arrogância acadêmica. Eu não suporto conflitos e comparações. Acredito em um mundo de opostos e por isso evito pessoas de caráter rígido e inflexível “.

• “Na amizade eu não gosto da falta de lealdade e traição. Não me dou bem com quem não sabe elogiar ou encorajar as pessoas. Exageros me aborreceram e tenho dificuldade em aceitar quem não gosta de animais. E, acima de tudo, não tenho mais paciência para quem não merece minha paciência”.

• “Minhas ações são o que me representam como um ser humano, não minhas palavras.”

• ” Minha família vem em primeiro lugar, sempre foi e sempre será .”

• ” Não confunda ter um diploma universitário com educação. O título é um papel, a educação é para responder quando você diz bom dia “.

• “A grande dádiva dos seres humanos é que temos o poder da empatia “.



• “Sempre carregue suas crenças em todas as áreas de sua vida, leve seu coração para o trabalho e espere o melhor de todos.”

• “Minhas ações são o que me representam como um ser humano, não minhas palavras.”

• “No final, o que importa é o que você sente”. Não é o que sua mãe lhe disse. Não o que outra atriz disse a você. Não é o que todo mundo lhe disse, mas aquela voz pequena, mas latente, dentro de você.

• “Eu prefiro ser um rebelde que um escravo. Exorto as mulheres à rebelião”.

• “Algumas pessoas estão cheias de compaixão e desejo de fazer o bem, e outras simplesmente acreditam que nada vai fazer diferença.”

• “Se você tem um cérebro, você é obrigado a usá-lo.”

• “Você deve aceitar que vai envelhecer. A vida é valiosa e quando você perde muita gente, você percebe que todo dia é um presente”.

• “Mulheres: não se preocupem com a sua aparência. O que te faz diferente ou estranha? Essa é a sua força”.



• “A maternidade tem um efeito muito humanizador. Tudo se resume ao essencial”.

Apresentamos algumas das reflexões vitais e íntimas que Meryl Streep deixou para a sociedade. Compartilhar os próprios pensamentos é um ato de grande generosidade, e não há dúvida de que algumas de suas frases nos seduzirão na medida em que sejam cheias de lucidez, certeza e simplicidade

Trouxemos do site Pensar Contemporâneo

“Não basta ser inteligente, a criança precisa ter ética.”- Içami Tiba



“Muitos pais estão preocupados com o fato de seus filhos serem hiperativos, possuírem déficit de atenção, necessitando de um cuidado médico-psicológico especial. O que eu tenho observado é que a maioria dessas crianças são, na verdade, mal educadas, apesar de bem criadas. Criar uma criança é fácil, basta satisfazer-lhe as vontades. Educar é mais trabalhoso. Trata-se de prepara-la para viver saudavelmente em sociedade, o que significa que não basta ser inteligente, a criança precisa ter ética.”

Içami Tiba (Médico Psquiatra, Educador, Escritor) sempre nos convidou à refletir sobre a família e, em especial, à paternidade.


segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Dia especial -Tiago Iorc



Se alguém
Já lhe deu a mão
E não pediu mais nada em troca
Pense bem
Pois é um dia especial
Eu sei
Não é sempre
Que a gente encontra alguém
Que faça bem
Que nos leve deste temporal
O amor é maior que tudo
Do que todos, até a dor
Se vai quando o olhar é natural
Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
E acordei nesse mundo marginal
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
O amor é maior que tudo
Do que todos, até a dor
Se vai quando o olhar é natural
Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
E acordei nesse mundo marginal
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
E me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo, mas te vejo
E me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Ah oh, meu amor
Você me dá sorte, meu amor
Você me dá sorte, meu amor
Você me dá sorte na vida ah ah

Compositores: Eduardo Tavares Leindecker

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Existe diferença entre tristeza e depressão?


Entrevista realizada por Pedro Bial ao escritor Andrew Solomon.

"Andrew Solomon afirma: 'É importante acabar com a depressão, não com a tristeza'

Autor do best-seller 'O Demônio do Meio-Dia' recebeu Pedro Bial em Nova Iorque




Andrew Solomon recebeu Pedro Bial em Nova Iorque

Pedro Bial foi até Nova Iorque para bater um papo com o escritor Andrew Solomon, autor do best-seller "O Demônio do Meio-Dia". O livro foi responsável por tirar a depressão "do armário", fazendo com que a doença perdesse boa parte da estigmatização na sociedade. Nele, o norte-americano narra sua experiência diante do distúrbio e, com isso, trouxe um alívio e esperança para milhões de pessoas em sofrimento. No Conversa com Bial desta quinta-feira, 16/8, o norte-americano ressaltou que existe uma diferença entre depressão e tristeza:


"Quando as pessoas falam sobre acabar com a depressão, é importante destacar que falam sobre acabar com a depressão, não com a tristeza".


"A tristeza tem um papel importante na formação da ligação. Sem ela, não teríamos amor".



Andrew Solomon bateu um papo com Pedro Bial sobre depressão (Foto: TV Globo)


A ideia do livro surgiu ao escrever um artigo para uma revista em que relatava sua luta contra a doença. Ao publicar a obra, sua intenção era derrubar o conceito de que depressão era um "algo" de quem não tinha problemas para se preocupar. Quase duas décadas após o lançamento do best-seller, Solomon afirmou que ainda toma remédios duas vezes ao dia para manter a doença controlada:

"Já tentei parar e os resultados foram catastróficos".


"Preferi ter uma vida boa com os remédios do que sentir uma agonia sem sentido sem eles".




Andrew Solomon fala sobre políticas públicas para o tratamento da depressão


Amor como antidepressivo


"Tenho um histórico de vida de saber que amei e fui amado. Então, até mesmo nos piores momentos da depressão, sabia que havia motivo para melhorar e viver".


"O amor dá uma energia para a luta contra a depressão".

"Ele não cura a depressão, mas permite que as pessoas vejam que há uma vida de valor do outro lado e te dá forças para lutar".




Andrew Solomon fala sobre o amor como um importante aliado contra a depressão


Caso de saúde pública


Solomon alerta que as autoridades precisam incluir o distúrbio em um modelo de política pública para tratar possíveis pacientes nas classes mais baixas:


"Pessoas que têm uma vida relativamente boa e que se sentem mal o tempo todo sabem que têm depressão".



"Pessoas com vidas péssimas, que se sentem mal o tempo todo, podem não imaginar que estão doentes".


"Elas acham que se sentem péssimas o tempo todo pela dificuldade da vida e não percebem que essa não é a causa da depressão. É a depressão que deixa a vida difícil. É importante que pessoas nessa situação sejam diagnosticadas".

Depressão X Ansiedade


"Elas tendem a ocorrer juntas. A maioria dos deprimidos é ansiosa, e a maioria dos ansiosos é deprimida".

"Em parte, a ansiedade é consequência da depressão. Você fica ansioso por achar que não consegue fazer nada. Em parte, a depressão é consequência da ansiedade".


"É comum achar que se cura a ansiedade ao curar a depressão, ou vice-versa, mas são duas coisas separadas, como braços. Você precisa de dois braços, precisa conseguir se concentrar".


"É importante termos sistemas que olhem para a ansiedade e a depressão a fim de tratá-las como uma coisa só".




Andrew Solomon fala sobre a distinção entre depressão e a ansiedade

Próximo Livro

O novo projeto de Solomon vai abordar a formação das novas famílias. O livro nasceu da mesma pesquisa que originou uma de suas mais recentes obras, "Longe da Árvore":


"Tem capítulos sobre genitores solteiros, por escolha ou não, adoção, lares adotivos, casamento inter-racial, famílias gays e multiparentais".


"É sobre como famílias incomuns criam filhos, não sobre famílias comuns criando filhos incomuns".

"Expandimos a natureza da família nos últimos 25, 50 anos, mas não o vocabulário que usamos para a família".

Fonte:https://gshow.globo.com/programas/conversa-com-bial/noticia/andrew-solomon-afirma-e-importante-acabar-com-a-depressao-nao-com-a-tristeza.ghtml

"Fale-me, se é que você sabe"


"Onde você estava quando lancei os alicerces da terra? Responda-me, se é que você sabe tanto.
Quem marcou os limites das suas dimensões? 
Vai ver que você sabe!
 E quem estendeu sobre ela a linha de medir?
E as suas bases, sobre o que foram postas? E quem colocou sua pedra de esquina,enquanto as estrelas matutinas juntas cantavam e todos os anjos se regozijavam?
Quem represou o mar pondo-lhe portas, quando ele irrompeu do ventre materno,quando o vesti de nuvens e em densas trevas o envolvi,quando fixei os seus limites e lhe coloquei portas e barreiras,
quando eu lhe disse: 
Até aqui você pode vir, além deste ponto não, aqui faço parar suas ondas orgulhosas?
"Você já deu ordens à manhã ou mostrou à alvorada o seu lugar,para que ela apanhasse a terra pelas pontas e sacudisse dela os ímpios?
A terra toma forma como o barro sob o sinete; e tudo nela se vê como uma veste.
Aos ímpios é negada a sua luz, e quebra-se o seu braço levantado.
"Você já foi até às nascentes do mar, ou já passeou pelas obscuras profundezas do abismo?
As portas da morte lhe foram mostradas? Você viu as portas das densas trevas?
Você faz ideia de quão imensas são as áreas da terra? Fale-me, se é que você sabe.
"Como se vai ao lugar onde mora a luz? E onde está a residência das trevas?
Poderá você conduzi-las ao lugar que lhes pertence? Conhece o caminho da habitação delas?
Vai ver que conhece, pois você já tinha nascido! Você já viveu tantos anos!
"Acaso você entrou nos reservatórios de neve, já viu os depósitos de saraiva,
que eu guardo para os períodos de tribulação, para os dias de guerra e de combate?
Qual o caminho por onde se repartem os relâmpagos? Onde é que os ventos orientais são distribuídos sobre a terra?
Quem é que abre um canal para a chuva torrencial, e um caminho para a tempestade trovejante,
para fazer chover na terra em que não vive nenhum homem, no deserto onde não há ninguém,
para matar a sede do deserto árido e nele fazer brotar vegetação?
Acaso a chuva tem pai? Quem é o pai das gotas de orvalho?
De que ventre materno vem o gelo? E quem dá à luz a geada que cai dos céus,
quando as águas se tornam duras como pedra e a superfície do abismo se congela?
"Você pode amarrar as lindas Plêiades? Pode afrouxar as cordas do Órion?

Jó 38:4-31