domingo, 31 de agosto de 2014

Festival traz jardins deslumbrantes


Mix de paisagismo e arte em Chaumont-sur-Loire


Carbon Pool, de Chris Drury, critica as queimadas das florestas

Diga-me como é o seu jardim e te direi quem és. Este ditado não existe, mas não deixa de ter um fundo de verdade: não era por meio da beleza arquitetural do parque de Versalhes, maior expressão do estilo à la française, que Luís XIV comunicava seu controle não só sobre os homens, como também sobre a natureza? Cientes da capacidade estética e intelectual dos espaços verdes, os organizadores do Festival Internacional de Jardins, que acontece desde 1992 em Chaumont-sur-Loire, a duas horas de Paris, criam uma singular e estimulante mistura entre jardinagem, paisagismo, urbanismo, botânica e arte. Cerca de 150 profissionais – paisagistas, arquitetos, cenógrafos, artistas, designers, antropólogos e paleólogos – participam desta edição, cujo tema gira em torno dos pecados capitais. Mas não espere nenhuma beleza óbvia: uma visita a essa antiga propriedade da rainha Maria de Médicis é uma experiência de abrir os olhos – e sobretudo a cabeça.

Private Garden: Ficou com vontade de ter seu próprio jardim e criar soluções e estéticas inusitadas? 

“Nós temos muitos jardins que falam dos pecados da sociedade, como a acumulação e o desperdício”, diz Chantal Colleu-Dumond, diretora do festival. É o caso da Carbon Pool, do inglês Chris Drury, que propõe o fim das queimadas e a degradação da energia com uma instalação feita a partir de pinheiros e troncos de álamo, dispostos em movimento circular. Para ele, as árvores devem morrer, cair e serem sugadas por uma espécie de vórtice dentro da terra para dar vida a novas plantas, em vez de liberar carbono na atmosfera durante incêndios.
Castelo da propriedade, do séc. 15, nomeado pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade

Já o impressionante Paraíso Invertido, de Arie van der Hout, faz uma crítica radical ao crescente abandono da natureza e à cobiça do homem, que deve sentir uma punição intensa no seu jardim durante o verão: as plantas do holandês foram cobertas por pedaços de pneus reciclados e uma vegetação bem árida (árvores mortas, cactos, agaves e flores do deserto). A negridão, aliás, foi uma das tendências mais presentes, aparecendo também na criação de Ana Morales, que optou por mostrar os pecados como qualidade, e não defeitos. A artista-paisagista revestiu seu terreno com cimento tingido de negro e abriu uma fenda no meio, revelando uma vegetação vivaz de floresta virgem, rica em samambaias, gramíneas e herbáceas. “Eu quis provar que este cimento pode ser belo, dando ênfase ao seu aspecto vulcânico. Além disso, quis lembrar que é possível plantar no centro dele porque é um material que deixa a água passar e serve inclusive como barreira antirrizoma”, revelou Ana. A ideia inicialmente pode parecer longe da realidade, mas o efeito é tão surpreendente que você acaba visualizando o material como um must nos jardins do futuro.
Le Toucher d’Or, dos arquitetos Bertrand Colson e Gaëlle Le Borgne, com folha de ouro inspirada no mito do rei Midas

Os artistas vêm deixando nos últimos anos uma marca visível nos 42 hectares de Chaumont-sur-Loire – há várias obras se tornando elementos permanentes do parque. Quem teria coragem de destruir o arbusto da francesa Betty Bui, cuja forma parece de longe saída de um jardim de André Le Nôtre, mas imita, na realidade, um espremedor de limão? Entre outros artistas que dividem espaço com jovens paisagistas, estão ainda Gabriel Orozco, Giuseppe Penone, Yan Pei-Ming e o nosso Henrique Oliveira, que está com instalação no MAC de São Paulo. Andando em direção à saída do festival, uma bruma sublime tomava conta de uma parte do jardim. O nevoeiro não era um fenômeno climático, e sim uma escultura da japonesa Fujiko Nakaya. Natureza conceitual ou arte natural?

Festival Internacional de Jardins de Chaumont-sur-Loire
Local: Chaumont-sur-Loire
Endereço: 10 rue des argillons, 41150 Chaumont-Sur-Loire, Centre, France
Data: até 2 de novembro

Paraíso Invertido, do holandês Arie van der Hout, coberto por pedaços de pneus reciclados e vegetação árida


Pintura de Gabriel Orozco inspirada nas camadas de papel de parede dos castelos locais


Escultura de Nicolay Polissky, feita a partir de pedaços de vinhedo encontrados na região


Jardim de Carré&Rond criado para o festival de 2013 e que virou obra permanente


O jardim da francesa Betty Bui – que lembra os projetos de André Le Nôtre – também não foi destruído.

Fonte: Casa Vogue

Uma morada para Tarsila do Amaral


Sobrinha-neta da artista monta lar com suas obras

Tarsilinha, a sobrinha-neta da artista, ao lado de esculturas feitas por sua tia

Tarsila do Amaral tinha 8 anos quando Tarsila do Amaral morreu. O ano era 1973 e, sim, você leu certo. Tarsilinha é sobrinha-neta da artista que ajudou a balançar as bases de um Brasil arcaico para que ele renascesse mais moderno e mais brasileiro no início do século 20. E herdou seu nome, assim mesmo, completo. Mas gosta do modo como a tia-avó a chamava: Tarsilinha.


“Ela viajava, conhecia muitos lugares, era íntima de pessoas como Picasso”, enumera a sobrinha-neta, que conviveu de maneira muito próxima com a pintora. E ficou impregnada pela sua figura, pela sua arte, pelo seu gosto. Hoje, é ela quem cuida do espólio, que não lhe caiu dos céus. Para acomodar o acervo em seu apartamento de 106 m², na capital paulista, o arquiteto Michel Safatle veio em socorro da amiga, que cuida de tudo o que se refere à artista. Com Michel, aliás, ela acaba de lançar, pela JRJ,uma coleção de tecidos baseada na obra de Tarsila.

Quando ele chegou para orquestrar a coleção, não eram apenas um arquiteto e a dona de um espólio. Não seria um trabalho fácil – era preciso expor o acervo e conciliar a ambientação com o dia a dia da moradora, advogada de formação, tendo em mente que obras são emprestadas com frequência para exposições ou para a realização de catálogos. “Apostamos numa composição que falasse por si, em vez de montagens individuais e específicas”, explica o arquiteto. O tom ferrugem das paredes, que Tarsilinha viu em tantas boas salas de museus mundo afora, foi a proposta de Michel para o apartamento. Além de linda, a cor ressalta as obras de arte. Os potiches, que pontuam toda a residência, são uma referência – ou seriam uma deferência? – ao amor da artista pelo Oriente.

Na sala de jantar, a mesa e as cadeiras menores pertenciam à Tarsila do Amaral, o lustre é da Baccarat e o teto exibe instalação de Gustavo von Ha inspirada em A Negra (1923)


Em meio a vários quadros, gravura com uma menina de vestido, presente de Picasso para Tarsila e,
ao lado, obra de Tuneu.

Fonte: Casa Vogue



Decoração vinda dos livros


4 títulos inspiram estilos charmosos para a casa




A leitura é capaz de operar viagens invisíveis para mundos distantes e completamente diferentes. Além de entreter, ela pode ser fonte de inspiração para, dentre outras coisas, revolucionar a decoração do espaço em que habitamos. Pensando nisso, Casa Vogueelegeu quatro livros clássicos e, à partir de seus universos, escolheu peças que representam o melhor de cada estilo. Encontre os seus favoritos nas galerias abaixo e traga para o dia a dia um pouco da energia destas grandes histórias!

Linhas vanguardistas

Exotismo das Arábias

O que é que a baiana tem

Temperança medieval

Fonte: Casa Vogue

Faço minhas as suas palavras Lígia Guerra



Eu quero... 

Nascer todos os dias. 
Dar luz aos meus sonhos mais secretos. 
Transformar lágrimas em diamantes. 
Levantar a espada da minha determinação 
e guerrear contra as dificuldades. 
Correr atrás do sim mesmo que o mundo grite não. 
Fazer da minha virtude o meu escudo 
diante das sombras do mundo. 
Contar comigo mesma em tempos difíceis! 
Jamais esquecer quem sou 
e o que vim fazer nesse mundo. 
Realizar a travessia da vida com fé. 
Enxergar o reflexo daquela que decidi ser. 


- Lígia Guerra -

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

BANKSY E A ARTE DA MANIPULAÇÃO


Quais as fronteiras entre arte, protesto, sátira e fama? Ou melhor, essas fronteiras existem? 
Banksy responde a essas perguntas usando tintas e muros e mostra que, apesar das críticas, entende o mercado das artes e o usa em seu favor, valendo-se da arte da manipulação.

Arte, protesto e ironia. Parecem ser esses os principais ingredientes que o grafiteiro mais famoso de Bristol , utiliza em seus trabalhos. Porém, há um último e talvez mais importante fator que torna o trabalho de Banksy o sucesso que se vê na atualidade: o deboche ao mercado de artes. Irônico, como é de se esperar, assim critica o próprio trabalho, já que se especula que lucrou com a venda de suas obras o equivalente a 12 milhões de reais.

É essa relação de amor e ódio com o mercado que permeia o trabalho de Banksy, transitando entre os muros de Bristol e as paredes do Museu Britânico. Mas quem é o homem por trás do muro? O mais provável é que se trate de Robert Banks, nascido entre 1974 e 1975 em Bristol, na Inglaterra. Porém, toda a história divulgada sobre sua vida não é comprovada, concede poucas entrevistas, na maioria das vezes cheias de respostas evasivas.

Diz-se que Robert Banks começou na adolescência suas primeiras pichações e, como quase foi pego pela polícia enquanto grafitava um vagão de trem, passou a desenvolver a técnica do estêncil, que tornava seu “trabalho” mais rápido. Na década de 90, seus grafitos começaram a chamar atenção pelo uso dessa técnica e em 2003, ainda antes da fama, foi responsável pela capa do álbum Think Tank (2003), da banda Blur.

© Banksy.

Seu trabalho envolve críticas ácidas de cunho político e social. O autoritarismo é um alvo constante, ora representado na figura policial, explorada incessantemente em seus grafitos, ora indo mais a fundo na crítica às guerras. Um grande exemplo é uma de suas obras mais polêmicas, uma montagem sobre a célebre foto de Kim Phuc fugindo de um bombardeio norte-americano na Guerra do Vietnã, agora de mãos dadas a Mickey e Ronald Mc Donalds - uma visão incômoda, mas uma crítica ferina ao capitalismo. Ironicamente, seus trabalhos têm transformado a street art em objeto de consumo: pedaços de muros com grafitos seus têm sido retirados e vendidos em leilões na internet. O que era arte gratuita agora tem preço - e na maioria das vezes, bem alto.

© Banksy.

Outro trabalho polêmico de Banksy, de 2005, são as pinturas no lado palestino do Muro da Cisjordânia, que sugerem pessoas olhando através do muro paisagens idílicas - um choque com dura realidade vivida naquele lado da construção. Em 2006, em um ato ousado até mesmo para ele, colocou um boneco inflável vestido com o uniforme dos prisioneiros de Guantánamo e com o rosto coberto na Disneylândia, na Califórnia. A intervenção permaneceu por uma hora e meia no local até ser descoberta.

Porém as obras de Banksy não se restringem a ácidos protestos políticos; o deboche à fama, que parece servir a todos e a qualquer um (ironicamente, ao próprio Banksy) também é um de seus alvos. Em 2006, Banksy substituiu em 42 lojas na Inglaterra CDs de Paris Hilton (socialite, empresária, modelo...) por outros com remixes próprios com títulos sugestivos como “Por que sou famosa?”, “O que foi que eu fiz?”, “Pra que eu sirvo?”. A capa do CD também foi substituída por uma imagem de Paris com a cabeça de um cachorro em um falso topless. Seguindo a onda do “leve, porém ácido”, é o quadro da Rainha Vitória, considerada símbolo do imperialismo britânico, em uma relação de sexo oral com outra mulher. O quadro foi vendido por 25 mil libras à cantora Christina Aguilera. Em 2005 Banksy colocou uma obra sua no Museu Britânico: um homem das cavernas empurrando um carrinho de supermercado. A obra se tornou parte do acervo permanente do museu.

Bansky também se serve da própria arte, como no quadro “This is a pipe”, em uma clara referência à obra “Ceci n’est pas une pipe”, de René Magritte. Polêmica e mordaz é a abertura do seriado Os Simpsons criada por Banksy em 2010, que mostra trabalhadores asiáticos em péssimas condições e em um ambiente sombrio produzindo produtos dos personagens do seriado. Diz-se que nada foi censurado na sua versão.

© Magritte “Ceci n’est pas une pipe”.

© Banksy, “This is a pipe”.

© Banksy.

Em 2011 Banksy enveredou pelo campo do documentário, com Exit Trough The Gift Shop (Saida pela Loja de presentes) que é um relato sobre o trabalho dos artistas de rua e foi indicado ao Oscar de melhor documentário. Mas não é só um documentário sobre arte de rua - é um questionamento, e por que não uma sátira, sobre o significado, propósito e valor da própria arte e da fama que resulta dela.

© Banksy, Exit Through the Gift Shop".

Seu trabalho vem causando um movimento chamado “efeito Banksy” - um crescente interesse pelos artistas de rua desencadeado pela fama do artista de Bristol.

Crítica, sátira, protesto, mas qual o real poder de transformação dos stencil e grafitos espalhados nas ruas? O próprio Banksy responde, em forma de texto e imagem “Graffiti is one of the few tools you have if you have almost nothing. And even if you don’t come up with a picture to cure world poverty you can make someone smile while they’re having a piss.” — Banksy (Banging Your Head Against a Brick Wall)

© Banksy.

Esse misto de anonimato e fama, arte e vandalismo, ironia e protesto são sua grande propaganda. Banksy entende a mídia e a faz trabalhar em seu favor. Eis assim a sua melhor arte, a arte da manipulação.

© Banksy.

© Banksy.

© Banksy.

© Banksy.

© Banksy.

© Banksy.



© obvious: http://obviousmag.org/archives/2012/03/banksy_e_a_arte_da_manipulacao.html#ixzz3Bo3vzADI

“A Sangue Frio”, romance de Truman Capote, é uma farsa jornalística?



Truman Capote, escritor americano: o romance “A Sangue Frio” pode ser mais ficcional do que sugeria o autor, o que aumenta seu valor literário


O romance de não-ficção “A Sangue Frio”, de Truman Capote, sustenta-se em pé como literatura? A forma como Capote usa recursos da ficção para alargar o conhecimento da realidade é excepcional e a obra merece sua fama. Mesmo agora, quando põem em dúvida a história do escritor norte-americano, alegando que há dados imprecisos e outros fantasiosos, é possível afirmar que se trata de um grande romance — tão bom que Capote nunca escreveu algo do mesmo porte. Ele não era o Proust que se imaginava ser.

Kevin Helliker publicou reportagem no “Wall Street Journal” sugerindo que Capote, quando os fatos não o ajudavam a imaginar a história, publicava a lenda, a sua lenda. Se se pode dizer assim, o livro apresenta o detetive Alvin Dewey Jr. como herói porque ele era uma das fontes do escritor. Kelliker sustenta que o papel de Dewey foi anabolizado em “A Sangue Frio”.

Segundo Capote, assim que um informante revelou os nomes dos assassinos, o Kansas Bureau of Investigation destacou um agente para verificar a casa onde um dos suspeitos havia morado com os pais. Kelliker diz que a verdade pode ser outra. Documentos que estavam em posse do agente Howard Nye, do KBI, revelam que a polícia demorou cinco dias para visitar a residência — não o fez imediatamente, ao contrário do que sugere Capote. Kelliker afirma que o livro é impreciso e que a imaginação de Capote era mais poderosa do que se pensa. Não deixa de ser curioso que alguns dos críticos do escritor chegaram a sugerir que o romance “A Sangue Frio” — uma tradução fidedigna de um crime e, portanto, um relato jornalístico com as cores da ficção — não se sustentava como ficção. Agora, sabe-se que, se tudo não é ficção, pelo menos boa parte é produto da imaginação de Capote. Tiramos um ponto ou damos um ponto para o escritor? Bem, aprovemos o escritor e, quem sabe, reprovemos o jornalista. Talvez seja a hora de assumir que o livro é mesmo um ro­mance de ficção e não um ro­mance de não-ficção. O que é a realidade contada senão a ficção do que aconteceu. Nem mesmo repórteres profissionais, pouco dados à invenção literária, são capazes de traduzir a realidade tal como é.
A realidade apresentada pelo jornalismo é sempre um recorte, um pedaço da complexidade que é a vida.

O “Wall Street” anota: “Os defensores de Capote assinalam que as regras da literatura de não-ficção, incluídas as notas de pé de página com as fontes, não se firmaram até Capote se tornar pioneiro no gênero”. O comentarista do “El Mundo”, diário espanhol, acrescenta que “a importância de ‘A Sangue Frio’ não radica exatamente no livro, e sim na implacável checagem dos fatos feita pelo jornalista”. A forma de narrar de Capote, contando fatos com recursos literários, influenciou gerações de jornalistas.

Se a história real começa ser posta em dúvida, mas apenas pontualmente, a literatura de “A Sangue Frio” é de qualidade. É até bom que, com a refrega, Capote possa ser apreciado mais como escritor do que como jornalista. Homero, afinal, não é muito diferente.

Fonte:http://www.jornalopcao.com.br/colunas/imprensa/a-sangue-frio-romance-de-truman-capote-e-uma-farsa-jornalistica

domingo, 24 de agosto de 2014

Soluções inteligentes para reforma certeira


Organizadora de mostra de decoração abre a casa


Não é à toa que a empresária Sabrina Schuback Rocha sabe muito bem como cortar custos de um lado para conseguir realizar desejos de outro. Ela é, há 11 anos, a organizadora da edição carioca da mostra de decoração Morar Mais por Menos. Com tanta experiência, e com a ajuda da designer de interiores Ângela Frota, ela conseguiu realizar todos seus desejos na segunda reforma que fez no apartamento de 180 m² onde vive com o marido Alexandre Rocha e o casal de filhos.

No primeiro retrofit, em 2003, realizado pela mesma profissional, dois dos quatro dormitórios originas ganharam nova função: um foi incorporado ao banheiro e ao closet da suíte do casal e o outro foi transformado em sala de TV. Na época, recém-casada, ela aprendeu com a ajuda de Ângela que era possível implementar projetos ousados ao abrir mão de alguns detalhes. O melhor exemplo foi a banheira de hidromassagem instalada no banho da suíte máster. Para arcar com as despesas, o revestimento de mármore do espaço foi substituído por acabamento cimentado.

Na recente reforma, mesmo com um orçamento maior, a criação de alternativas inteligentes continuou tendo seu espaço. Muitos móveis que Sabrina comprou na época do casamento ganharam vida nova ao receberem novos estofamentos. Uma poltrona LC2, de Le Corbusier, por exemplo, havia sido deixada na casa dos pais e ganhou local de destaque na sala do apartamento ao receber estofado de lona e pintura eletrostática na cor azul marinho.

O lar também incorporou uma boa quantidade de obras de arte. Um políptico de gravuras coloridas de Laura Bonfá Burnier foi alocado no living. No sofá bege, almofadas pintadas à mão pela artista plástica Mitzi Bergallo adicionam cores vibrantes. Já a sala de jantar ganhou uma escultura de parede amarela e um tríptico de fotografias. O home theater, um dos espaços mais clean da casa, ganhou duas chaises e uma estante projetada sob medida com acabamento de laca branca.

O quarto das crianças, talvez um dos espaços que devam ser mais bem pensados, graças às mudanças de personalidade delas, foi projetado pelo arquiteto Nilton Montarroyos. O mobiliário, todo branco, foi disposto em "U" para liberar espaço central para brincadeiras, e a parede ganhou papel de parede listrado preto e branco, já que se trata de um menino e de uma menina. Tal arrumação permite que os acessórios, como as portas dos armários, a cadeira e os quadros, os pontos de cor do ambiente, sejam facilmente trocados com o crescimento das crianças.











Recanto da Leitura


Mesa redonda cria espaço versátil e aconchegante


Para algumas pessoas, não é tão necessário destinar um espaço da casa para o home office. Entretanto, ter um local para trabalhar de vez em quando é mais que essencial nos dias de hoje. Um ótimo exemplo de como fazê-lo e ainda ganhar um recanto supercharmoso foi criado, na foto acima, pelo escritório Kevin Dakan Architect. Ao lado de uma estante e uma lareira, foram colocados uma pequena mesa redonda, antiga e de madeira, com uma dupla de assentos vintage, ambos com linhas cinquentistas. Ao lado, foi posicionada uma luminária de piso de ares industriais, um contraste estilístico mais que bem-vindo. Sobre a mesa, livros e um arranjo de flores servem como enfeites e podem ser facilmente rearrumados para, quem sabe, um jantar a dois em um local mais aconchegante.
Fonte: Casa Vogue.

PENSAMENTO PARA O DIA


SENHOR, o meu coração não se elevou nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas para mim.
Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada.
Espere Israel no Senhor, desde agora e para sempre.

Salmos 131:1-3

Foto de Aroldo Vieira de Souza.

sábado, 23 de agosto de 2014

EU NÃO AMAREI VOCÊ PARA SEMPRE!

Promessas... Impossíveis e camufladas em juras de amor. Será que você já passou por isso antes? Apaixonar-se por expectativas que não poderão ser sustentadas por muito tempo, e ainda sim esperar que sejam eternas.



Ele prometeu amar você pra sempre, ser fiel, carinhoso romântico...

Que cilada!

Mesmo não tendo capacidade de sentir de fato o que é a eternidade, nós humanos insistimos em deseja-la. Na prática, sabemos que não duramos muito, e esse é um dos grandes motivos para apreciarmos tanto aquilo que nos transcende. Um grande exemplo disso é o amor. Não sabemos de certo qual a sua dimensão, quanto dele se possui. Dizemos apenas que é muito, pouco ou nada. Amor é sentimento, é incontrolável, é imensurável. Se é eterno ou não, ninguém pode afirmar, mas é assim que o queremos, não é verdade? Para sempre.

Insistimos em acreditar que exista alguém que queira nos amar para sempre, ou ao menos, que queira nos amar enquanto tivermos a capacidade de sentir este amor. É isso mesmo, não estou sendo redundante! A questão é que criar expectativas sobre algo impossível e que não se pode prometer (pelo menos não para você acreditar e esperar isso) gera enormes danos emocionais.

Se criou expectativas e foi abandonada em um relacionamento clique aqui

Por que insisto tanto em não acreditar em quem promete sentimentos? Porque o problema maior não está em quem promete. Podemos prometer qualquer coisa. O deslize aqui está em acreditar, mesmo que em nível subconsciente, em tais promessas.

Muitas pessoas infelizmente apaixonam-se por expectativas, promessas, ilusões.



_ Ele parecia ser tão bom, tão sincero, tão fiel.

_ Ele disse que sempre me amaria. Parecia ser uma cara diferente.

_ Ele jurou que que sempre seria a mesma pessoa comigo.







Por favor, palavras são palavras, ações são ações. Apenas uma pequena parcela das pessoas tem o hábito de fazer das palavras ações. E mesmo assim, no caso dos sentimentos não existe a possibilidade de prometer eternas sensações.

Vou dar um exemplo:

Posso prometer carinho “eterno” a uma mulher que eu estiver me relacionando. Enquanto eu estiver com ela, esse sentimento (o carinho) será percebido através de ações bem conhecidas: toques, delicadeza, cafunés, olhar, cuidado, atenção, etc.. Agora imagine o seguinte: termino esse relacionamento com essa mulher, e de forma pegajosa passo a ir atrás dela diariamente. Insisto em voltar, e para tentar convencê-la disso, tento repetir as ações que eu praticava antes para ela sentir carinho. Cá entre nós, se a mulher não quiser mais nada comigo vai acabar sentindo pena e repugnância com a minha insistência, e todas as minhas ações relacionadas ao carinho serão sentidas por ela como algo enjoativo, grudento e repugnante. Mas minhas ações foram exatamente as mesmas! Sim, foram, mas o que ela sentiu não.

Se eu prometo sentimento eterno a alguém, e esse alguém acredita nisso e começa a criar sinceras expectativas a respeito, passo a ser superior em sentimentos para ela. E isso é um grande gerador de apaixonamento. Consegue perceber? Se você acredita nisso, é porque precisa de sentimentos eternos (na verdade você acha que precisa) e ao mesmo tempo não os possui, então começa a criar fantasias sobre o que a pessoa prometeu.

É por esse motivo que não se deve acreditar em quem promete sentimentos. Já as ações sim. O “sentir” depende de cada pessoa, depende do estado de ânimo e depende das situações comportamentais do momento. Você simplesmente não pode prometer fidelidade. Se fizer isso, fará apenas poeticamente, e quem estiver recebendo essa mensagem NÃO DEVERÁ criar expectativas sobre isso.





Fuja das pessoas que prometem sentimentos: amor, fidelidade, carinho, etc.. Ninguém tem essa capacidade! Ao não ser que seja expressado poeticamente.

O que se pode prometer na prática são apenas as ações que PODEM levar você a sentir amor, carinho, etc..

Deixo, como conclusão deste artigo, as palavras de um filósofo que estudo há muitos anos: Nietzsche, que em sua obra, “Humano, demasiado humano”, expressa o seguinte:



"Pode-se prometer ações, mas não sentimentos, pois estes são involuntários. Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou odiá-lo sempre, ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas o que pode perfeitamente prometer são aquelas ações que, na verdade, são geralmente as consequências do amor, do ódio, da fidelidade, mas que também podem emanar de outras razões, pois a uma ação conduzem diversos caminhos e motivos. A promessa de amar sempre alguém significa, portanto: enquanto eu te amar, manifestar-te-ei as ações do amor; se eu já não te amar, pois, não obstante, receberás para sempre de mim as mesmas ações, ainda que por outros motivos. De modo que a aparência de que o amor estaria inalterado e continuaria sendo o mesmo permanece na cabeça das outras pessoas. Promete-se, por conseguinte, a persistência da aparência do amor, quando, sem ilusão, se promete a alguém amor perpétuo."

Quer saber se alguém é de fato fiel, carinhoso, sincero? Perceba suas ações. Elas revelam, mesmo que em nível subconsciente, o mais próximo da essência humana.

(Este espaço é dedicado ao comportamento feminino, mas nada impede que o conteúdo seja absorvido e aplicado por homens no que for referente a eles. É apenas questão de direcionamento mesmo)

Paraíso



Não espere pelo paraíso. 
Apenas cultive paz interiormente. 


- Lígia Guerra -

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Festa dos livros de arte em São Paulo


Sou toda ouvidos, obra criada entre 2007 e 2011 pelo selo editorial Céu da Boca

Apreciadores de livros de arte têm todos os motivos para visitar o bairro do Bom Retiro, em São Paulo, no próximo final de semana, 23 e 24 de agosto. A Casa do Povo, localizada na região, recebe a Feira de Arte Impressa Tijuana, que reúne 120 editoras de livros, zines e revistas, além de obras de arte.

Com foco na América Latina, a feira tem o objetivo de permitir que editores, produtores e o público interessado em arte impressa firmem contatos e troquem conhecimentos. A primeira edição aconteceu em 2009, idealizada pela Galeria Vermelho, dona do Espaço e do selo editorial Tijuana, e o Centro Nacional da Edição e da Arte Impressa (Cneai), da França. As duas instituições, é claro, marcam presença.

Este ano participam editoras de países como Argentina, Colômbia, México e Uruguai. Entre as brasileiras, estão Cosac Naify, Balão Editorial, Eduardo Nazi, Kaput Livros, Meli-Melo Press, Casa Tomada, Sarau Visual, Ugra Press e Revista Amarello. A entrada é franca.
Coleção da Aliás Editorial, projeto editorial sem fins lucrativos de Damián Ortega

A Oficina Cultural Oswald de Andrade, em frente à Casa do Povo, oferece paralelamente à feira workshops sobre ferramentas e técnicas para desenvolver livros e arte impressa. A lista de aulas pode ser obtida no site da instituição ou pelo telefone (11) 3221-5558. A participação é gratuita, mediante inscrição prévia.

Na Oficina acontece a mostra Livros mais bonitos da Alemanha, promovida pelo Instituto Goethe. Os livros venceram um concurso promovido pela fundação alemã Arte do Livro. O júri levou em conta a qualidade do design, técnicas manuais utilizadas e conceitos inovadores.

6ª Feira de Arte Impressa Tijuana
Local: Casa do Povo
Endereço: rua Três Rios, 252, Bom Retiro, São Paulo, SP
Data: 23 e 24 de agosto
Horário: das 12h às 20h
Entrada franca

Oficinas Tijuana
Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade
Endereço: rua Três Rios, 363, Bom Retiro, São Paulo, SP
Data: 23 e 24 de agosto
Horário: das 12h às 20h
Entrada franca mediante inscrição prévia
Casas para colorir, obra editada pela Sarau Visual, com desenhos de vários artistas. O da foto é de Apolo Torres



Folhetos do projeto Motta Press, editados por Rodrigo Motta


Soneto, obra de Omar Khouri publicada pela Nomuque Edições


Os livros da micro editora Pipoca Press são feitos de maneira artesanal.

Fonte: Casa Vogue



Experimente por Lígia Guerra



"Sempre que ajudamos alguém a atravessar a rua, 
também chegamos do outro lado. 
Na vida acontece do mesmo modo. 
Experimente!" 


- Lígia Guerra -

Pensamento para o dia


"O meu corpo e o meu coração
poderão fraquejar,
mas Deus é a força do meu coração
e a minha herança para sempre." 
Salmos 73:26

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

SOBRE A ESCRITA



Cada palavra escrita
é símbolo de um
sutil, mas
também
direto,
apelo por
compreensão.
Escrevo o que
não posso dizer
por não mais ter ouvintes,
vivendo quase sempre só
em minhas estranhas e
alienígenas convicções.
Grito através dos
dedos para
não incomodar.
Evito o conflito e
escolho rebelar-me
em silêncio contra
as regras impostas
pelo ambiente
escolhido
por meus
próprios
medos
e orgulhos.
Não há mais bela
magia além da escrita.
Que mais posso almejar
além da grata sensação
de pertencimento
ao conseguir,
através de
formatados grafismos,
transmitir um pouco de mim,
do análogo entendimento
de minha existência,
enxergando
compreensão
através do espelho
da atenção de quem lê?

Larissa Caramel

Passos firmes por Lígia Guerra


Caminhe com passos firmes 
em direção aos seus desejos. 
Lembre-se... 
A mente cria. 
O sonho reforça . 
O coração fortalece. 
A determinação atrai . 
A fé conquista. 


- Lígia Guerra -

Obs.: Criação da imagem feita por Trícia Carina.