SEJA BEM-VINDO!

A ARTE RENOVA O OLHAR!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

"Lápide", por Ariano Suassuna



"Lápide"

Quando eu morrer, não soltem meu Cavalo 
nas pedras do meu Pasto incendiado: 
fustiguem-lhe seu Dorso alardeado, 
com a Espora de ouro, até matá-lo.

Um dos meus filhos deve cavalgá-lo 
numa Sela de couro esverdeado, 
que arraste pelo Chão pedroso e pardo 
chapas de Cobre, sinos e badalos.

Assim, com o Raio e o cobre percutido, 
tropel de cascos, sangue do Castanho, 
talvez se finja o som de Ouro fundido

que, em vão – Sangue insensato e vagabundo —
tentei forjar, no meu Cantar estranho, 
à tez da minha Fera e ao Sol do Mundo!


Soneto "LÁPIDE" de Ariano Suassuna, declamado pelo autor, com fotos do Parque de Esculturas Ilumiara Pedra do Reino, em São José do Belmonte-PE.


Nenhum comentário:

LinkWithin

.post-body img{ -webkit-transition: all 1s ease; -moz-transition: all 1s ease; -o-transition: all 1s ease; } .post-body img:hover { -o-transition: all 0.6s; -moz-transition: all 0.6s; -webkit-transition: all 0.6s; -moz-transform: scale(1.4); -o-transform: scale(1.4); -webkit-transform: scale(1.4); }