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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O gênio que transformou arquitetura em arte: Oscar Niemeyer morre aos 104 anos






Publicado Por: Alessandra Jarussi via Jovem Pan



Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares foi o homem da precisão, das ideias geniais e dos desenhos que transformaram arquitetura em arte. Um dos brasileiros mais influentes do próprio tempo, Niemeyer tinha amor incondicional pela vida. Mesmo com problemas de saúde, trabalhou até o último momento à frente de uma folha de papel e com o lápis na mão.

Dez dias antes de completar 105 anos, Oscar Niemeyer morre e entra para a história como o brasileiro de nome mais influente na Publicidade da Arquitetura Moderna. Foi o pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado. Desde os anos 40, conquistou fama internacional invejável, com trabalhos conhecidos em todo mundo.

Biografia

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares nasceu no Rio de Janeiro em 15 de dezembro de 1907. Niemeyer se casou com Annita Baldo, em 1928, com quem teve uma filha, Anna Maria Niemeyer. Segundo ele, foi o casamento que o fez compreender a responsabilidade do trabalho feito com seriedade.

Entrou na Escola Nacional de Belas Artes, localizada na então capital do país em 1929, ano da quebra da bolsa de Nova Iorque. Obteve o diploma de engenheiro-arquiteto em 1934, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas.

Em 1936, Oscar Niemeyer já trabalhava no escritório de Lúcio Costa, integrando a equipe que projetou o prédio do Ministério da Educação, no Rio de Janeiro. Por meio do colega, conheceu o franco-suíço Le Corbusier, que o influenciou de forma definitiva e com quem teve oportunidade de colaborar.

Em 1939, viajou para Nova Iorque, onde projetou o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial. No ano seguinte, se uniu a Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte e que o convidou para projetar o Conjunto da Pampulha. A obra sempre foi considerada por Oscar Niemeyer como uma das favoritas de toda a carreira.

Oscar Niemeyer ingressou no Partido Comunista Brasileiro em 1945, opção política que trouxe problemas a ele. Em 1946, ao ser convidado a dar um curso na Universidade de Yale nos Estados Unidos, não pôde entrar no país.

No entanto, no ano seguinte, ganhou por unanimidade o concurso para a construção da sede da ONU em Nova Iorque e obteve o visto de entrada.

No início da década de 50, projetou o Parque do Ibirapuera e o Edifício Copan, que se tornariam cartões-postais de São Paulo. Oscar Niemeyer também viajou pela primeira vez à Europa, participando da reconstrução arquitetônica de Berlim, no pós-guerra.

Juscelino Kubitschek assumiu a presidência da República em janeiro de 1956. Ele tinha o sonho de construir uma nova capital no planalto central do país. Coube a Oscar Niemeyer, organizar o concurso para a escolha do plano-piloto de Brasília, vencido por Lúcio Costa. Em poucos meses, foram projetados o Alvorada, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional, a Catedral e os prédios dos Ministérios. A nova capital da República, inaugurada em 21 de abril de 1960, é uma marca do design mundial.

Oscar Niemeyer passou a coordenar a Escola de Arquitetura da recém-fundada UnB, tendo como reitor o antropólogo Darcy Ribeiro. Em 1964, ele estava em Israel quando recebeu a notícia do golpe militar de 31 de março daquele ano. Ao retornar ao país em novembro, o arquiteto foi chamado a depor no DOPS, um dos principais órgãos de repressão da ditadura. Em 1965, juntamente com duzentos professores, Oscar Niemeyer deixou a UnB em protesto contra a nova política universitária do governo.

Praticamente impedido de trabalhar no Brasil, seguiu para Paris, onde projetou a sede do Partido Comunista Francês. Com a abertura política ao longo dos anos 80, o arquiteto voltou ao Brasil e desenhou o Memorial Juscelino Kubitschek em Brasília.

O Sambódromo do Rio de Janeiro e o Memorial da América Latina em São Paulo também têm a marca única de Oscar Niemeyer. A produtividade dele sempre impressionou: já nos anos 90, projetou o Museu de Arte Contemporânea de Niterói.

Ao longo do século 20 e começo do 21, criou obras importantes no Brasil e em cidades como Oslo, Moscou, e Londres.

Alguns gestos comprovam que o arquiteto era uma figura simples, rica e humana. Ele deixou a Academia Americana de Artes e Ciências em protesto contra a guerra do Vietnã. Desenvolveu projetos gratuitamente em benefício das causas que inspiravam a construção. Também colaborou pelo sustento financeiro do líder comunista Luís Carlos Prestes, que não dispunha de renda própria na velhice. Os dois se desligaram do Partido Comunista Brasileiro em 1990, por discordâncias em relação aos rumos da legenda.

Ao longo da carreira, fez questão de se unir a artistas plásticos como Cândido Portinari, Bruno Giorgi, Alfredo Ceschiatti, Burle Marx e Tomie Othake.

Oscar Niemeyer está em todo mundo: não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos, na França, na Alemanha, na Argélia, na Itália e em Israel. A maioria dos arquitetos reconhece nele, antes de tudo, um desenhista extraordinário.

Além da sua obra inigualável, deixa seu exemplo e lição de vida: “a vida é assim: a gente tem que separar as coisas. A vida é chorar e rir o tempo inteiro, aproveitar os momentos de tranquilidade e brincar um pouco. A vida é um sopro”.
Fonte: Jovem Pan


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