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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A COLMEIA URBANA DA PHILIPS


Apicultura amadora ou design de interiores? Essencialmente, a Urban Beehive incita à reflexão. Projeta a manutenção de uma colônia de abelhas fora dos espaços que lhe são comuns. O problema evidente do desaparecimento da 'Apis mellifera' dos ecossistemas mundiais impulsionou a gigante holandesa da eletrônica a avançar esta proposta que aproxima a apicultura urbana da realidade.



© Phillips.

Quase não seria de esperar encontrar abelhas no interior deste casulo futurista que, ironicamente, se assemelha mais a uma colmeia natural do que aquelas a que estamos habituados. Talvez não venha a ser lar de um enxame - não numa grande cidade, nem é esse o seu propósito. A experimentação e a inovação são as forças por detrás da evolução da tecnologia. A Philips focou-se na apicultura, seguindo a linha de investigação de outras grandes empresas, que traduz amiúde as suas preocupações ambientais, focando determinados pontos ao mesmo tempo que estimula designers e engenheiros a desenvolver produtos que, desligados das pressões de mercado, possam trazer avanços comercialmente aplicáveis.

A Urban Beehive não é um protótipo de produção e não será comercializada - faz, sim, parte do Microbial Home Project, uma incubadora de projetos conceptuais que partem da ideia de ecossistema doméstico, a casa como "máquina biológica", centro de esforços pela sustentabilidade. Segundo a empresa, projetos como este testam o futuro, mas querem-se principalmente como catalisadores de discussão, procurando aproximar as massas de problemas que passam muitas vezes despercebidos. Desta feita, a chamada de atenção é para o declínio das colônias de abelhas-comuns um pouco por todo o mundo, fenômeno cuja causa exata permanece um mistério.

A Philips juntou-se aos esforços para trazer as populações de abelhas para um nível saudável, encorajando a prática milenar de manter as suas colmeias no meio urbano, equilibrando as necessidades básicas dos animais com aquelas do apicultor citadino. A proposta pretende colmatar uma falha fundamental noutros projetos e alargar a apicultura àqueles que não têm um jardim ou um terraço. Na cidade, poucos desfrutam de um espaço exterior, pelo que para instalar a Urban Beehive não é preciso mais que uma janela, uma vez que a estrutura é composta de duas partes fixas através de um orifício.


© Phillips.

Acima de uma planta estrategicamente colocada, servindo de chamariz, está um pequeno túnel por onde as abelhas podem entrar e sair da colmeia. Uma vez lá dentro, estas encontram uma série de plataformas texturadas onde podem construir os alvéolos de cera que usam para depositar os ovos, para criar as larvas e para armazenar o pólen, o mel e alguns outros produtos. A colmeia propriamente dita, no interior da habitação, beneficia da atmosfera controlada e é coberta por vidro matizado que filtra o espectro luminoso, deixando passar apenas o comprimento de onda de cor laranja usado pela visão das abelhas. Esta cúpula amovível integra um mecanismo accionado pelo puxar de um cordel e que liberta fumo - que é sabido ter um efeito calmante - permitindo retirá-la e recolher o mel, sem descurar os habituais equipamentos de segurança. Não é explicado como é que, retirada a cobertura, se impediria que as abelhas, ainda que entorpecidas pelo fumo, se espalhassem pela casa, nem como convencê-las a voltar ao seu devido lugar.

Consultado pela Philips, o apicultor Malya Peter explica que o projeto pode ter um grande papel educacional, proporcionando uma oportunidade de aprendizagem singular, e até ter um efeito terapêutico, mas que é impossível uma grande produção de mel e que este não é sustentável a longo prazo. Uma colônia autossustentável - sem necessidade de ser alimentada com néctar - necessita de uma massa de cerca de três quilos de abelhas, o que representa um total de 90 mil a 150 mil indivíduos. Peter adverte também para a manutenção necessária, exigências que um amador poderá não conseguir satisfazer.


© Phillips.

Este apelativo design prende a atenção, e as vantagens mútuas da sua aplicação são claras. No entanto, há razões maiores para que não seja comum encontrar abelhas numa grande cidade, como se encontra nos campos. São animais sensíveis e reservados, a poluição e o buliço afastam-nas. A escassez de alimento é também um problema. A 'Colmeia Urbana' pode representar uma vantagem para as abelhas no meio natural, e a sua colocação em zonas afastadas das pessoas, das constantes batidas no vidro, das luzes e de tudo o resto que compõe a vida moderna, pode ajudar a travar o seu desaparecimento, sem as tornar animais de estimação. Na cidade, essa ajuda provém exclusivamente da consciencialização.

Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2012/12/a_colmeia_urbana_da_philips.html#ixzz2EOd5DN00

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