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sábado, 30 de junho de 2012

SOB O OLHAR ZUPI, Faith47 - ÁFRICA DO SUL





[Zupi] Como e quando você entrou em contato com o graffiti pela primeira vez?

Em 1996 conheci Wealz130, que me ensinou tudo sobre graffiti. Ele é hoje o pai do meu filho e meu melhor amigo. Em 1997, fiz meu primeiro personagem. Depois, com algum esforço, fui mudando para a pintura de frases.





[Zupi] Sua arte é bastante reflexiva. Você acredita que essa é uma marca que o graffiti deve ter?

Não, de forma nenhuma. Acho que cada um deve fazer aquilo que sente. Não acredito que a arte precise ser revolucionária, nem socialmente consciente ou significativa. Assim como a vida, ela pode assumir qualquer forma e não acho que nenhum artista tem a responsabilidade de dizer ou fazer qualquer coisa com a qual não esteja confortável.







[Zupi] Qual é a sua maior inspiração ao pintar?

Inspiração é uma coisa engraçada. Às vezes tenho muita, tanta que poderia explodir. Em outras, minha mente fica tão atordoada e obcecada com questões sobre qual é o objetivo da arte, se é que há algum, por que perder meu tempo criando imagens para se unirem a milhões que já existem… Parece algo sem objetivo e função social.
A arte serve para uma necessidade mais esotérica e teosófica na sociedade, mas definitivamente não alimenta as pessoas. Eu acredito que a minha maior inspiração para pintar venha de questões pungentes que eu tenho, e também de emoções. Eu sou muito emocional, escorpiana, então tenho umas explosões de calor na minha alma que precisam sair, senão eu me queimo.







[Zupi] Você escolheu o nome Faith para assinar seus trabalhos. A fé é um elemento essencial para a sua arte?

Eu não tenho fé em nada. Acredito que tudo é um vácuo, vazio. E ainda assim, tudo é cheio, ao mesmo tempo. Não tenho ilusões de uma religão que possa explicar o porquê de estarmos aqui. Talvez nós sejamos uma unidade com o universo em expansão e estejamos sendo teimosos e lutando contra esse fato, o que na realidade significa que estamos lutando contra nós mesmos. Algo assim.




[Zupi] Cite algumas pessoas que você admira, no mundo da arte e fora dele.

Muitos. De cabeça, eu diria Cashril+, Vânia Zouravliov, Ai Wei Wei, Ben Okri, Herbert Baglione, Albecht Durer, Steve Biko, Dal, Chris Hani, Ghandi, OsGemeos, Val Theory One, Jordan Metcalf, Anton Kannemeyer, Spoek Mathambo, The Knife, Tyler B Murphy, Siousxie Sioux, Lamumba, Milan Kundera, Rumi, Ken Saro Wiwa, Beardsley, minha avó e minha mãe.


[Zupi] Você acredita que a popularização do graffiti pode destruir seu poder de manifestação que estava presente nas origens?

Bom, tudo muda, nada permanece o que era. Isso é um fato. Além disso, cada movimento que vem de uma raiz bruta e pura, é desgastado pelo hype da mídia, pelas massas e pelo passar do tempo. Tudo bem, já que coisas novas nascem das cinzas do passado e é saudável não se apegar às coisas. Nós devemos seguir adiante e se adaptando. Tudo isso é na verdade um treino para o suspiro final.







[Zupi] Você acredita que o graffiti pertence às ruas ou você vê positivamente o aumento do número de mostras e exposições?

Pessoalmente, eu odeio definições limitadas e gêneros. A vida é muito curta para você se fechar em uma caixa. Muitos artistas trabalham com áreas diferentes. É muito natural que artistas que trabalham com graffiti, com arte de rua se mudem para galerias na medida em que envelhecem, evoluem e passam mais tempo no estúdio.





[Zupi] Você considera a cena sul-africana muito diferente de outras partes do mundo? Existe algum elemento único no graffiti sul-africano que o diferencia da produção internacional?

A cena sul-africana vem desenvolvendo seu próprio estilo há algum tempo. Os artistas são durões, vigilantes e tem uma energia bruta muito similar àquela que senti na América do Sul, mas não são muito experimentais. Há muito pouca arte de rua aqui, então você acaba achando a maior parte do trabalho bastante tradicional em termos de graffiti.





[Zupi] Você pintou em um projeto conjunto com Titi Freak. Você conhece o graffiti brasileiro? Tem alguma preferência além do trabalho dele?

Estive no Brasil duas vezes e amo a energia de lá. Amo os diferentes estilos e a forma com que a arte tem o seu próprio sabor e parece ser tão expansiva, nada confinada em uma categoria específica. Não posso afirmar que conheço muito da cena brasileira, mas mencionaria Zezão, Herbet Baglione, OsGemeos, Vitche, Nunca, Titi Freak, Bihno, Tihno. É claro que há muitos artistas incríves no Brasil. Acho que todo mundo sabe disso.


[Zupi] Quer deixar alguma mensagem final?

Obrigada.





+ Informações:
Site: Faith47

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