SEJA BEM-VINDO!

A ARTE RENOVA O OLHAR!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Para Luciana um lindo aniversário com muita fé!


Nossa amiga Mônica Pires enviou-nos uma sugestão de postagem muito interessante, Arte com chicletes. Confira!






Conhecido por suas esculturas complexas, postas em lugares inesperados, nos últimos tempos Ben Wilson se tornou uma figura familiar nas calçadas de Londres. Depois de ter visto vários de seus trabalhos vandalizados e destruídos, ele saiu do mato e foi para as ruas a explorar uma nova mídia, num cenário diferente – pinturas em miniatura em chicletes jogados no chão.
Ao longo dos anos, Wilson ficou cada vez mais irritado com o lixo, os carros e resíduos industriais que se tornaram parte integrante da sociedade urbana. Mesmo se refugiando no interior, ainda tinha que enfrentar a sujeira. Começou a trabalhar com o lixo que encontrava, catando bitucas de cigarro e pacotes de batata frita para incorporá-los a suas colagens. Trabalhar com chiclete mascado, in situ, foi uma evolução natural.
Wilson começou a fazer pinturas em chiclete em 1998, mas só em outubro de 2004 decidiu trabalhar com esse meio em tempo integral. Há anos, vem tentado melhorar o ambiente urbano pintando em cima de outdoors e anúncios, mas a atividade ilegal o levou a conflitos com a lei. O uso do chiclete o libertou e lhe permitiu trabalhar de forma espontânea, sem ter de pedir permissão. “Nosso ambiente é muito controlado e o que mais precisamos é de diversidade”, afirmou ele. “Mesmo galerias, museus e editoras são muito controlados.”
Saindo da Barnet High Street, Wilson começou a deixar um rastro de imagens do norte da cidade até o Centro. Quase dois anos depois, no entanto, ele ainda permanece a maior parte do tempo na Barnet, a rua onde cresceu, e em Muswell Hill, onde mora com a mulher, Lily, e os três filhos. Como várias pessoas encomendaram retratos, ele se envolveu com os moradores da área. E explica: “Conheço ali muitos lojistas, varredores de rua e policiais. Quando ando pelas ruas, a cada passo penso em uma pintura que preciso fazer para alguém. Está tudo na minha cabeça, e isso faz com que me sinta mais próximo do lugar e do povo.” Ele espera que seu trabalho aumente a percepção que os moradores têm do bairro, e que dê às crianças uma ligação maior com o ambiente.
Wilson tem agora um livro de pedidos que inclui mensagens de amor e amizade, grafites, animais de estimação, anúncios de nascimento e morte. “Cada imagem que faço tem uma história diferente”, explicou. “As pinturas refletem as pessoas que passam pela rua.” Ele adora o relacionamento direto com as pessoas, os encontros que lhe dão o tema e a inspiração para seu trabalho. As pessoas lhe dizem o que gostam e querem, e ele interpreta cada assunto com base na intuição. O desafio de condensar a história de vida de uma família inteira em um único pedaço de chiclete o anima e a intimidade do meio o inspira.
Cada peça começa da mesma maneira. Wilson seleciona um chiclete velho, derrete-o com um maçarico para endurecer a superfície, cobre-o com uma camada de esmalte acrílico branco e inicia a pintura. Com joelheiras amarradas na calça manchada de tinta, e um descanso para apoiar o cotovelo, ele é capaz de passar várias horas debruçado sobre suas obras. Quando a pintura está pronta, Wilson usa a chama de um isqueiro para secá-la, aumentar a clareza das linhas e evitar o pó. Aí passa mais uma camada de esmalte, ou spray automotivo, para lhe dar um acabamento resistente. O método faz com que a obra dure seis meses ou mais.

Travessia

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” — Fernando Pessoa

Letras líquidas criadas por Ruslan Khasanov


O artista russo Ruslan Khasanov trabalha bastante com tipografia. Ele já havia criado uma “fonte líquida”, Au Revoir, feita a partir de tinta diluída em papel molhado.
Seu mais recente projeto segue nessa linha: é uma “fonte líquida animada".

Fantástico, não é?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Eduardo Relero

Eduardo Relero é, actualmente, um dos principais nomes da arte urbana: das suas mãos e imaginação nascem os esboços das figuras anamórficas que ganham e dão vida às superfícies mais improváveis: pavimentos e ruas.








A anamorfose é a representação de figuras que, quando observadas frontalmente parecem distorcidas ou indecifráveis, tornando-se perceptíveis quando vistas de um ângulo específico.



Eduardo começou a pintar retratos aos 21 anos, no seu país de origem: a Argentina. Depois viajou durante algum tempo: Peru, Chile e Argentina – sempre sem deixar de desenhar e pintar. Em 1990, quis visitar Roma e ver de perto a arte que sempre admirou. Foi lá que teve contacto com artistas que decoravam as ruas com desenhos copiados dos grandes clássicos: os “Madonnari”. De regresso à Argentina, estudou Belas Artes, filosofia e arquitectura porque não acreditava que pudesse desenvolver o seu trabalho apenas com as pinturas de rua.



Criou um blog, mudou-se para Sevilha e começou a decorar os pavimentos espanhóis, quase sempre sem licença - que é quase impossível de obter na Europa. Com estes desenhos foi alimentando o seu blog e, a partir daí, tudo foi acontecendo naturalmente.






Eduardo aprendeu sozinho a desenhar a três dimensões, socorrendo-se das suas noções de geometria e dos seus conhecimentos de arquitectura. Gosta de dar um toque satírico e critico às suas representações. As suas figuras humanas têm, geralmente, um tom dramático.



Utiliza pigmentos secos, água e um pouco de cola e, de vez em quando, dá-lhes um toque de pastel. Os seus desenhos têm 4x8 metros e os maiores chegam a atingir os 12 metros. Normalmente, demoram cerca de dois dias e meio a três dias a concluir, consoante a complexidade. Eduardo faz esboços previamente e, uma vez iniciado o desenho no pavimento, está sujeito à imprevisibilidade das condições atmosféricas. Confessa que ainda se sente bastante o peso do estereótipo de que um artista ambulante é, geralmente, um pedinte. Estar a trabalhar na rua é estar exposto a todo o tipo de pessoas: Eduardo aponta como maior dificuldade a distracção causada pelos curiosos que param para observar, falar e opinar sobre o trabalho.



Confessa que o carácter efémero das suas obras não o preocupa: nada se compara à sensação de libertação que advém da materialização das suas ideias. Conheça-as melhor no site de Eduardo Relero.



Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2011/08/eduardo_relero_a_ilusao_nas_ruas_da_cidade.html#ixzz1WXwdL5A7


Toda terça tem no TRIBARTE questões do ENEM, hoje comentadas pelo OBJETIVO.










































Mobilize-se em prol da música! ORQUESTRA CAMPISTA NO CARNEGIE HALL


Você já deve ter ouvido nas esquinas, shoppings, colégios ou no trabalho a notícia que a Orquestra Sinfônica Mariuccia Iacovino, de nossa cidade, foi convidada para um concerto, no dia 11 de novembro de 2011, na mais prestigiada sala de concertos do mundo, o Carnegie Hall em Nova York. Além desse concerto a orquestra estará na Catedral de Washington e em outros espaços dos Estados Unidos.
É um grande orgulho para todos os nós músicos e vemos a grande responsabilidade que temos de levar a cultura de Campos para lugares tão importantes.
PRECISAMOS DE SEU APOIO!
A Orquestra Sinfônica Mariuccia Iacovino, pertence à ONG Orquestrando a Vida que trabalha com crianças e jovens de baixo poder aquisitivo que não podem arcar com estas despesas. SEU APOIO É FUNDAMENTAL. Se todos contribuirmos, com certeza chegaremos mais rápido a Nova York.
COMO POSSO AJUDAR?
Depósito bancário ou procurar a sede do Centro Cultura Musical de Campos.
Orquestrando a Vida
Banco Itau
Agência: 0463
Conta: 70646-5
Centro Cultura Musical de Campos
Av. Alberto Torres, 223 – Centro
Campos dos Goytacazes
(22) 27233816
Ajude a conquistar para nossa cidade esta grande oportunidade de ter uma orquestra, de nossa Campos, divulgando o nome da cidade e a grandiosidade de nossa cultura nos maiores palcos do mundo.
Atenciosamente,
Jony William
Presidente da ORAVI

Amo o trabalho desta orquestra, tenho certeza que o pouco que fizermos a música retribuirá de forma enriquecedora. Vamos apoiar está ideia!!!
Grande abraço a todos os músicos.

Pensamento para o dia

"SEM MIM, NADA PODEIS FAZER"
(João 15:5)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Poesia de GUSTAVO ADOLFO BÉCQUER - RIMAS

x


Os invisíveis átomos do ar
ao redor palpitam e se inflamam,
o céu desfaz-se em raios de ouro,
a terra se estremece alvoroçada,
ouço flutuando em ondas de harmonias
rumor de beijos e bater de asas,
minhas pálpebras se fecham ... Que sucede?
É o amor que passa!



Extraídos de GÁRGULA, Revista de Literatura. N. 1, Brasília, 1997

RECORDAR É VIVER: A ITAPERUNA DOS ANOS 60 por EVERALDO FRANCISCO TEIXEIRA

Everaldo Francisco Teixeira, professor e escritor itaperunense,
atuante nas disciplinas de Filosofia e Sociologia, bem como Orientador
Educacional e também Pesquisador em Astronomia e Física esteve no dia
1º de agosto, na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, participando
do lançamento, do livro “Crônica para a Cidade Amada – As cidades
brasileiras na literatura”, publicado pela Editora Altadema e
organizado no Rio de Janeiro pelo ex-secretário de Cultura do estado,
Arnaldo Niskier. .


O livro “Crônica para a Cidade Amada – As cidades brasileiras na
literatura”, reúne crônicas sobre os 92 municípios fluminenses,
trazendo no seu interior uma crônica de Everaldo Francisco Teixeira,
intitulada “ Recordar é Viver – A Itaperuna dos anos 60, que
representa o município de Itaperuna। A publicação é uma homenagem da
Academia Brasileira de Letras pelos 200 anos da Biblioteca Nacional।


O evento contou com as presenças da ministra da Cultura, Ana de
Hollanda, do vice-governador Pezão, do prefeito do Rio, Eduardo Paes;
do presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte), Antônio
Grassi; do presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marcos
Vinicios Vilaça; e do presidente da Biblioteca Nacional, Galeano ।


Ao amigo Everaldo, um dos fundadores da Academia Itaperunense de
Letras , cadeira número 32, parabéns pelo belo texto, que em breve
publicaremos! E também a todos que direta ou indiretamente trabalharam
em prol desta excelente iniciativa!

O texto :

RECORDAR É VIVER: 
A ITAPERUNA DOS ANOS 60


 EVERALDO FRANCISCO TEIXEIRA

TUDO COMEÇAVA COM UM APITO, um som estridente, cortando a cidade e
numa cadência de “café com pão” lá vinha a Maria Fumaça empurrando a
todos sem pedir licença, passava com sua imponência jogando fumaça
para todos os lados. Correndo em direção a outras cidades.
  Era bonito presenciar esta força bruta como meio de transporte,
mesmo todos pagando um preço pelas longas viagens que se tornavam
cansativas. Uma viagem de Itaperuna ao Rio de Janeiro durava um dia
inteiro. Todos prestavam atenção à passagem do trem, ao passar pelo
centro, pela ponte e ao cortar chão afora, “Café com pão... Café com
pão... aé seu maquinista”. E ia o trem jogando fumaça, fazendo
barulho, e mexendo com todos.
  A Itaperuna dos anos 60 tinha esse trem que por duas vezes passava
pelo centro da cidade. Centro este que tinha uma iluminação fraca e
que à noite criava um ambiente calmo e tranquilo, a iluminar casas
muito antigas. Uma avenida com três pistas e muitas árvores, onde
pardais faziam a festa e de vez em quando o lacerdinha se tornava o
terror de todos.
  Tempo gostoso, tempo em que as coisas aconteciam lentamente e que
deixavam marcas que existem até hoje. Tempo que para se comprar um
litro de leite era preciso levar um vasilhame. Tempo que um desfile de
10 de maio era uma festa para todos. Basta dizer que quando a banda do
Colégio Estadual 10 de Maio, comandada pelo Maestro José Carlos,
chegava ao Colégio Bittencourt, lá na rodoviária antiga, ainda estavam
entrando pelotões de alunos para desfilar. Tempo em que a Rádio
Itaperuna fazia a festa para os ouvintes e Geraldo Guimarães era
sinônimo de qualidade e audiência. Tempo em que o Colégio Bittencourt,
na figura do Dr. Jair Bittencourt comandava, na cidade, a educação.
Tempo em que um bom café significava ir ao café Oliveira, uma compra
de material escolar significava ir à Folha Nova e uma loja como a
Seleta era a preferida por todos.
  Tempo que quando a tarde caía, as pessoas buscavam suas casas e na
linha do horizonte o sol se punha e um vento gostoso, uma brisa,
criava o ambiente propício para que centenas de pardais fizessem no
céu de nossa avenida principal um balé improvisado, das 17 horas em
diante. Pardais que em movimentos rápidos e bruscos cortavam o céu, em
todas as direções. Nestas horas, os jovens com mais tempo e
criatividade, faziam um céu multicolorido de pipas, que enfeitavam com
mais alegrias as nossas tardes de verão, em época de muito vento. E
onde andam as pipas, as peladas, o banho de rio, o pião e muitas
outras brincadeiras no mundo moderno?
  Em termos de divertimento nos finais de semana, tínhamos o ITC e
dois cinemas, um na General Osório e outro onde é o Edifício Rotary.
Tempo das matinês, das pipocas e das trocas de gibis. Um bom garoto
que se prezasse não ia para o cinema sem gibis para troca. Gibis como
Tarzan, Flecha Ligeira, Zorro, Batman, Superman, Mickey e o Mandrake
que faziam a festa de todos. Nesta época uma revista em quadrinho
(GIBI) era classificado como anti-cultura e nocivo à formação de um
adolescente. Era uma barra ter um gibi.
  Movidos a pipocas, e atentos com os olhos, começava a sessão, fosse
a aventura policial ou cowboy, tudo era uma descoberta. Neste tempo,
ir ao cinema era um ritual e havia um certo prazer que nos dias de
hoje está morrendo. O Cine Santa Luzia, inaugurado em 1964, era um
ambiente chique e que atraia todos os segmentos da sociedade levando
cultura e divertimento.
  Sempre existia ao final de cada sessão, um pequeno filme de
suspense que prendia a atenção de todos e nos obrigava, na semana
seguinte, a não faltar para ver como o mocinho escapava das armadilhas
mais fantásticas que se podia imaginar. Eram seriados de botar inveja
nos olhos de Indiana Jones.
  Era um tempo gostoso e a vida era mais fácil. Itaperuna, com as
características que lhe eram peculiares agasalhava a todos os seus
filhos e com seu ar de cidade do interior, pacientemente esperava seu
momento para se transformar no que é nos dias de hoje.
  Aqui, ao cair da tarde em Itaperuna, um trem cortava a cidade, um
apito era o sinal de sua chegada, um relógio preciso que marcava o
tempo.
  Por muitos anos fez este trajeto, até que em 1973, numa tarde,
passou bem devagar e triste, como se estivesse fugindo e chorando e
num último apito deu seu grito de adeus... E NUNCA MAIS VOLTOU.




 Everaldo Francisco Teixeira


                                                  Professor
--
Everaldo Francisco Teixeira.Professor de Filosofia e
Sociologia.Orientador Educacional.Escritor.Pesquisador em Astronomia e
Física.Twitter -everaldoft


Arquitetura do futuro tem base no passado primal - Focado em projetos de luxo, sustentáveis, o arquiteto americano Chad Oppenheim vem ao Brasil para discutir suas ideias, veja através do olhar IG.


Ele está prestes a entregar uma casa em Los Angeles para um famoso diretor de Hollywood, um projeto nas Bahamas e outro em Aspen. Todos de altíssimo padrão e cheios de soluçõessustentáveis, preocupação que se tornou marca registrada em seus projetos. Estamos falando do premiado arquiteto americano Chad Oppenheim, que estará no Brasil de 31 de agosto a 2 de setembro para participar do Fórum Internacional de Arquitetura, Design e Arte BoomSPDesign, que acontece entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro, em São Paulo.

Foto: Divulgação
Edifício Cube, com ambientes projetados fora do corpo central do prédio
Ao lado de outros nomes consagrados do mercado nacional e internacional como Karim RashidDror BenshetritSérgio Rodrigues, Ruy Ohtake e Mário Biselli, Oppenheim irá discursar sobre necessidade de olharmos para o passado para seguirmos em frente. “As sociedades primitivas viviam intimamente conectadas com o meio ambiente e isso precisa ser retomado”, diz o arquiteto, responsável pela criação de um resort encravado nas montanhas da Jordânia e de um edifício com sistema de captação de energia eólica, em Miami. “Acredito que, no futuro, as pessoas vão aprender a viver mais com a terra do que na terra.”
Antes de embarcar para o Brasil, conversamos com Oppenheim para conhecer um pouco mais sobre seus conceitos de sustentabilidade, luxo e arquitetura do futuro.

Foto: DivulgaçãoAmpliar
Arquiteto americano Chad Oppenheim é o autor de obras inovadoras
iG: Quais os aspectos mais importantes em uma construção sustentável?
Chad Oppenheim: Antes de mais nada, é preciso olhar onde esse projeto será implementado e pensar localmente. Usar materiais não-poluentes da região, além de ser sustentável, ajuda a dar um ar regional. Também é importante pensar em formas de gerar energia, seja com o vento ou o sol, captar a água da chuva para reutilizar, por exemplo, na irrigação do jardim, e dar um destino saudável ao lixo. Isso pensando desde os resíduos gerados pela obra até o dia a dia de quem for morar ali. Por fim, é fundamental que a construção gere uma área verde maior do aquela que havia no local transformado. É um processo de replanejar e reconstruir aquele ecossistema.
 
iG: Quais os maiores obstáculos à arquitetura “verde”?

Chad Oppenheim: O orçamento. Acredito que as pessoas sempre querem fazer o melhor, o certo, mas às vezes o orçamento limita os desejos. Mas nem sempre um projeto sustentável é mais caro. Por exemplo, o Brasil é um dos maiores importadores de mármore da Itália, enquanto vocês têm pedras lindíssimas, que poderiam sair muito mais barato e acessível. É importante olhar para o verdadeiro custo das coisas.

Foto: Divulgação
Edifício COR, com sistema de captação de energia eólica, em Miami
iG: O que o senhor quer dizer com isso?
Chad Oppenheim: Muitas vezes, há um falso preço baixo, que não computa o mal indireto que aquela “economia” traz. Um tomate não-orgânico, por exemplo, pode nos intoxicar com pesticidas, que poluem a terra e a água dos rios próximos às plantações, e aí o governo terá de gastar para despoluir esses recursos e tratar da nossa saúde. Isso sim é um custo real, que nem sempre é sentido por quem acha que está “economizando”. O que é mais fascinante é ver que o ambiente mais sustentável, de forma holística, é Cuba. E não por filosofia, mas por necessidade. Eles não têm dinheiro para comprar fertilizantes e ainda assim as flores dos jardins públicos de Havana são incríveis e os edifícios supereficientes.
iG: Ter ou consumir um produto com apelo sustentável virou quase um símbolo de status. Você acredita que as pessoas que investem em uma residência com essa premissa realmente adotam práticas ecológicas no dia a dia?
Chad Oppenheim: Bom, não importa muito qual foi a motivação para ter uma casa assim. Acho que o simples fato de estarem fazendo algum movimento para ajudar o planeta já vale. Alguns podem estar adotando esses hábitos porque está na moda, mas tem muita gente que já se conscientizou que nossos recursos naturais são limitados e que precisamos mudar para continuar a ter ar puro para respirar e uma praia limpa para nadar. Temos o desejo natural de ter um meio ambiente limpo e saudável para vivermos.

Foto: Divulgação
O Waterfront hotel & residence, localizado em frente ao Golfo Pérsico, tem previsão de entrega em 2012, nos Emirados Árabes
iG: E você adota essas práticas sustentáveis na sua vida?
Chad Oppenheim: Claro. Estamos sempre tentando melhorar e ampliar nossas práticas. Em casa, estamos fazendo um retrofit para que toda a energia necessária venha do sol e já plantamos algumas das verduras que consumimos. Outras, pegamos de produtores locais. Para compensar nosso consumo de carbono, compramos créditos de carbono.
iG: Além dessas práticas sustentáveis, que outras características acredita que a arquitetura deverá ter no futuro?
Chad Oppenheim: Espero que a arquitetura do futuro olhe um pouco mais para a arquitetura do passado. Obviamente todos querem inovar e criar paisagens fantásticas, mas precisamos pensar na arquitetura mais como algo primitivo, menos dependente da tecnologia, mais sensível ao ambiente em que está inserida. Acredito que as pessoas vão aprender a viver mais com a terra do que na terra em que estão. A relação com a terra deverá mudar, não será mais apenas de retirar o que ela nos dá, também precisa haver uma forma de devolver os recursos.
iG: Como no projeto do eco-resort Wadi Rum, que o senhor projetou encravado nas montanhas da Jordânia?
Chad Oppenheim: Exato. Esta é a forma como as sociedades primitivas viviam, intimamente conectadas, em harmonia com o meio ambiente, com seu habitat. Eles não tinham aviões para fugir daquele lugar ou internet para que ficassem “surfando” em outros mundos. Tudo o que precisavam estava em volta. Precisamos olhar um pouco para trás para reaprendermos, antes de irmos em frente. Os prédios mais antigos de Miami, por exemplo, construídos antes do advento do ar condicionado, possuem uma relação muito mais amigável com o ambiente do que os novos, e não deixam de ter soluções interessantíssimas de arquitetura para proteger os ambientes da insolação, por exemplo.
- Leia também: Cavernas Modernas

Foto: Divulgação
Eco-resort Wadi Rum, no deserto da Jordânia, tem inaguração prevista para 2014
iG: Você acredita que voltaremos a encontrar tudo o que precisamos para sobreviver ao nosso redor, mesmo nos centros urbanos? Talvez com prédios como os seus, com geradores de energia eólica no topo, reaproveitamento de água e andares com fazendas verticais?
Chad Oppenheim: Acho incrível essa ideia de ter um futuro mais primitivo. Falo sobre isso há no mínimo dez anos! Hoje, tudo que você consome é importado, mas poderia ser diferente. É claro que a revolução industrial nos tirou das fazendas para as fábricas e o advento do trem e de outras formas de transportes permitiram nos deslocar com mais facilidade, mas com isso perdemos o contato com o que há a nosso redor. Poder ter uma produção mais local me agrada muito. Não sei exatamente como funcionaria uma fazenda vertical, mas naturalmente teria de usar mais luz natural do que artificial, porque se não, não faria sentido por gastar mais energia elétrica.
iG: Seus próximos projetos a ficarem prontos são casas de luxo em Aspen, em Los Angeles e Bahamas. O que caracteriza uma construção de luxo, hoje?
Chad Oppenheim: O conceito de luxo está mudando. As pessoas estão procurando experiências mais reais, com menos brilho e mais substância. Talvez o “warm”, no sentido de acolhedor, confortável, sensível e rico em sensações e texturas – e não em termos de custo – seja o novo “cool”. É um novo pensamento, que deixa de lado o design excessivo, que tentava ser muito “cool”, e caminha para algo mais simples.

Foto: Divulgação
A marina e as torres localizadas nos Emirados Árabes tem conclusão prevista para 2012
iG: Você tem projetos no Brasil ou gostaria de ter?
Chad Oppenheim: Estamos conversando sobre a possibilidade de alguns projetos, mas ainda não há nada certo. No passado, fizemos um projeto em parceria com Tishman Speyer, mas gostaria muito de voltar a fazer algo no Brasil, não pela riqueza natural, mas pelas pessoas, que acredito serem o grande diferencial e fator inspiracional do País.

Serviço:
BOOMSPDESIGN – 4° Fórum Internacional de Arquitetura, Design e Arte
Datas: 31 de agosto a 1º de setembro
Local: Belas Artes
Rua José Antônio Coelho, 879 – Vila Mariana
Data: 2 de setembro
Local: D&D Shopping – WTC Teatro
Av. das Nações Unidas, 12.555

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