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segunda-feira, 7 de março de 2011

Saiba um pouco mais sobre Nelson Cavaquinho.

Compositor. Instrumentista. Cantor.
Nasceu na Rua Mariz e Barros, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. O pai, Brás Antônio da Silva, era contramestre da Banda da Polícia Militar e tocava tuba. A mãe, Maria Paula da Silva, foi lavadeira do Convento de Santa Teresa. O tio, também músico, juntamente com o pai e amigos, organizava, aos domingos, rodas de samba em sua casa.
Por volta de 1919, a família, fugindo de aluguel, mudou-se para a Rua Silva Manuel, depois para a Rua Joaquim Silva, ambas na Lapa.
Frequentou a escola primária Evaristo da Veiga, abandonando o curso para trabalhar como eletricista. Na Lapa, fez amizade com os então chamados "valentes": Brancura, Edgar e Camisa Preta. Mais tarde, adolescente, foi morar com a família no subúrbio de Ricardo de Albuquerque para, finalmente, se estabelecerem em uma vila operária do bairro da Gávea, onde frequentava os bailes dos clubes Gravatá, Carioca Musical e Chuveiro de Ouro, conhecendo músicos decisivos em sua formação, como Edgar Flauta da Gávea, Heitor dos Prazeres, Mazinho do Bandolim e o violonista Juquinha. Alguns desses músicos eram empregados de uma fábrica de tecido local. Do violonista Juquinha, receberia importantes noções de como tocar cavaquinho. Nesta época, Nelson Cavaquinho cunhou a sua marca e também a maneira peculiar de tocar o instrumento apenas com dois dedos, ganhando, a partir daí, o apelido de Nelson do Cavaquinho. Aos 16 anos, sem dinheiro para comprar o instrumento e pagar um professor, treinava em cavaquinho emprestado. Por essa época, trabalhava, também, como pedreiro e compôs a sua primeira música, o choro "Queda". Apresentou-o aos músicos amigos Juquinha, Eugênio, Mazinho e Filhinho, que formavam um conjunto de choro e samba. Logo depois, foi chamado para integrar o conjunto, que atuava em shows nos clubes da redondeza da Gávea. Ainda nesta época, frequentava a roda de choro que acontecia na Rua da Conceição, no centro do Rio de Janeiro, na qual se reuniam músicos como os irmãos Romualdo e Luperce Miranda.  Apesar de tocar bem o cavaquinho, era sempre necessário pedi-lo emprestado. Ao vê-lo nessa situação, Ventura, um jardineiro português, deu-lhe de presente o instrumento.
Em 1931, conheceu Alice Ferreira Neves. Meses depois, arrastado para a delegacia pelo pai da moça, casava-se com Alice, com quem teve quatro filhos. O casal foi morar no subúrbio de Brás de Pina. O pai de Alice indicou-o para servir na Cavalaria da Polícia Militar. Por essa época, o pai de Nelson Cavaquinho alterou a sua certidão de nascimento para 29/10/1910, um ano mais velho, para que pudesse ingressar na cavalaria. Nelson Cavaquinho e seu cavalo de nome "Vovô" patrulhavam o Morro da Mangueira, local onde fez amizade com sambistas como Zé Com Fome (Zé da Zilda) e Carlos Cachaça. Ao conhecer Cartola, na Quadra da Mangueira, e depois de ficar muito tempo conversando com este, seu cavalo Vovô voltou sozinho para o Batalhão, o que ocasionou mais uma vez, a sua detenção. Ficar detido era comum naquela época, já que passava dias sem ir ao quartel, em decorrência da boemia. Sobre este fato narrou: "Eu ia tantas vezes em cana que já estava até me acostumado com o xadrex. Era tranquilo, ficava lá compondo. Entre as músicas que fiz no xadrex está 'Entre a cruz e a espada' ". No ano de 1938, antes de ser expulso da corporação, conseguiu dar baixa e, separado da mulher e afastado dos filhos, ingressou, de vez, na boemia e dedicou-se à música. Foi morar na Mangueira em 1952.
Teve vários relacionamentos até que, no início da década de 1960, conheceu Durvalina, trinta anos mais nova do que ele, com quem viveu até a sua morte, ocorrida na madrugada de 18 de fevereiro de 1986, vitimado por um enfisema pulmonar.
Em sua homenagem, ao CIEP do bairro da Chatuba (em Mesquita), foi dado seu nome, graças aos esforços dos professores Sérgio Fonseca e Alda Fonseca. Na ocasião da inauguração, houve um show de Guilherme de Brito e Velha-Guarda da Mangueira.
Sobre sua forma de levar a vida, sempre na boemia, uma passagem muito interessante foi descrita pelo parceiro Eduardo Gundin que lembra do dia em que dirigindo o carro, ligou o rádio e passou a ouvir uma entrevista do compositor para o programa "Balance", da Excelsior. "A certa altura, o apresentador perguntou a Nelson quais eram os seus planos. E ele: 'Meus planos? O Gudin vai passar aqui para me pegar e vamos beber no Bar do Alemão'".

Obs.: Encontrei as informações acima no site www.dicionariompb.com.br e gostei tanto deste  site que faço questão de informar-lhes que ainda não vi algo parecido sobre a história de nossa MPB. Abaixo segue continuidade do mesmo.

Dados Artísticos

Em 1939, teve a sua primeira música, "Não faça vontade a ela", gravada pelo cantor Alcides Gerardi. A música passou despercebida do grande público, tendo o disco tiragem reduzida.
No ano de 1943, Cyro Monteiro gravou, de sua autoria, "Apresenta-me àquela mulher" (c/ Augusto Garcez e Gustavo de Oliveira) e "Não te dói a consciência?" (...)
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Obras

  • A dor de uma paixão (c/ José Ribeiro de Souza)
  • A flor e o espinho (c/ Guilherme de Brito e Alcides Caminha)
  • A lágrima (c/ Guilherme de Brito)
  • A Mangueira me chama (c/ José Ribeiro de Souza)
  • A tua traição (c/ Guilherme de Brito)
  • A última esperança (c/ Guilherme de Brito)
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Discografia

  • (2001) Nome sagrado - Beth Carvalho canta Nelson Cavaquinho • Jam Music • CD
  • (2000) Mangueira - samba de Terreiro e outros sambas • Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro • CD
  • (1996) Quando eu me chamar saudade • EMI/Odeon • CD
  • (1996) Nelson Cavaquinho • RCA Victor • CD
  • (1985) As flores em vida • Gravadora Eldorado • LP
  • (1977) Cartola - verde que te quero rosa • RCA Victor • LP
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Shows

  • Nelson Cavaquinho. Zicartola, RJ,
  • Show Rildo Hora, Nelson Cavaquinho e João do Vale. Boate Caixote, RJ,
  • Show Opinião. Teatro Opinião, RJ,
  • Show A voz do povo (c/ João do Vale e Moreira da Silva), RJ,
  • Show com Nelson Cavaquinho, Rildo Hora e Vânia Carvalho. Teatro Ipanema, RJ.
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Bibliografia Crítica

  • ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
  • ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, a história de um século. Rio de Janeiro: Atrações Produções Ilimitadas/MEC/Funarte, 1997.
  • ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 2003.
  • AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010.
  • ANDREATO, Elifas e SOUZA, Tarik de. Rostos e gostos da música popular brasileira. Porto Alegre: L&PM, 1979.
  • CASTRO, Ruy. Chega de saudade - a história e as histórias da bossa nova. Rio de Janeiro: Companhia das Letras.
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Crítica

Poucas pessoas tão densas e interessantes terei conhecido quanto Nelson Cavaquinho. Lembro-me de que ele me foi apresentado por Sérgio Porto no Zicartola, o lendário bar de Zica e Cartola na Rua da Carioca.

“- Este aqui, chapinha, é o cantor e compositor Nelson do Cavaquinho, que não é do cavaquinho, mas do violão. Que não é (...)
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Mangueira se redime e homenageia seus baluartes


Finalmente a direção da Mangueira teve sensibilidade suficiente para lembrar-se daqueles que construíram a história fantástica desta agremiação carnavalesca. No carnaval de 2011, fará uma justa homenagem ao centenário de nascimento do imortal Nelson Cavaquinho (à esquerda. foto) Que a meu ver, fez a poesia que mais retrata a alma mangueirense. Estou me referindo de “Folhas secas”, obra prima da música popular brasileira.
Esta atitude da diretoria tenta corrigir, em nossa opinião, uma das maiores incoerências praticadas por uma direção de escola de samba. No carnaval de 2008, a Mangueira tinha por obrigação história, homenagear os 100 anos de nascimento do seu mais ilustre fundador, o mestre Cartola (à direita foto).Pois bem, a escola optou por homenagear os 100 anos de frevo, dando impressão aos mais desavisados, se a mangueira tinha ou não laços de identidade com aquele ícone do samba carioca.
Esperamos que Mangueira faça uma brilhante homenagem a Nelson Cavaquinho, mas acima de tudo que possa com este enredo, firmar sua identidade perante, principalmente aos Mangueirenses novos, que tem que conhecer a escola através da sua velha guarda e não dos “mirabolantes enredos patrocinados” que só trazem grana para a escola, mas o afasta da sua memória e principalmente da sua comunidade.





foto: divulgação
___________________________________
Prof. Mariano
Pesquisador e carnavalesco do carnaval de Niteró

Um comentário:

Jenifer disse...

Olá Aline,
eu vi num canal de TV que a Mangueira no carnaval de 2011 fez uma grande homenagem a Nelson Cavaquinho !
A cantora Beth Carvalho entrou no desfile da Mangueira em um carro que homenageava o Nelson Cavaquinho .
Beijos

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